Engenheiro de Pesca: mercado competitivo e pouco reconhecido

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Brasília (14/12/2015) – A lei nº 12.820/2013, sancionada pela presidente da república Dilma Rousseff, traz de forma oficial a data de 14 de dezembro como o Dia Nacional do Engenheiro de Pesca. A data escolhida lembra a colação de grau da primeira turma de engenheiros de pesca no Brasil, em 1974, em Pernambuco. O profissional é responsável por analisar, planejar e desenvolver as atividades relacionadas ao cultivo, captura e comercialização de peixes e demais animais aquáticos.

Apesar de o Brasil deter 13% da água doce do planeta, um litoral de 8.400 quilômetros de extensão e cerca de 200 grandes reservatórios propícios ao desenvolvimento da piscicultura, conforme estudos do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Ou seja, mesmo o país tendo um potencial enorme para que a produção de pescado, com mais de 20 milhões de toneladas/ano segundo dados das Organizações das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o mercado de trabalho desses profissionais ainda é pouco explorado.

A maior dificuldade que os mais de cinco mil engenheiros de pesca encontram é a falta de reconhecimento da profissão, dando espaço para biólogos, zoólogos e oceanólogos dentro da área. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros de Pesca (FAEP), Eliseu Brito, temos aproximadamente cinco mil profissionais, mas este número é insuficiente e o mercado é altamente competitivo. “Temos que dobrar o número de profissionais, uma vez que a aquicultura nacional cresce consideravelmente 10% ao ano”, observou.

Eliseu acrescentou que apesar de termos uma grande área de atuação, ainda falta reconhecimento da profissão no mercado. “É preciso profissionalizar os pescadores, para um melhor rendimento e produção. Acredito que nos próximos 15 ou 20 anos continuaremos crescendo na produção pesqueira. Mas muitos empresários não reconhecem a necessidade de contratar um profissional habilitado para fazer o acompanhamento. Com isso, o mercado fica muito restrito e os profissionais sofrem com a baixa remuneração”, frisou o presidente e finalizou: “hoje os salários dos engenheiros de pesca variam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil”.

Hoje, o Nordeste é a região brasileira que tem um dos maiores potenciais do país, oferecendo boas perspectivas de trabalho, principalmente nas áreas de aquicultura e no processamento de pescado, mas também existem boas oportunidades na pesquisa e produção de alevinos (filhotes de peixe). Outra área de atuação que tem apresentado crescimento é a de fazendas de criação de peixes que exigem a presença do Engenheiro de Pesca. A legislação brasileira prevê um profissional habilitado como responsável técnico para atuar nas indústrias pesqueiras.

Engenheiro de Pesca – A formação em engenharia de pesca é uma habilitação que integra a área das ciências agrárias e qualifica, em nível superior, profissionais para a intervenção técnico-científica em aquicultura, pesca e tecnologia do pescado, bem como em atividades de pesquisa e extensão na área de biotecnologia e demais serviços voltados à aquicultura e pesca, constituindo-se, desta maneira, em uma área que intervém na realidade com base científica própria. Desta maneira, o engenheiro de pesca deve ser um profissional capaz de entender com clareza a dinâmica da realidade em que atua, para que possa propor efetivamente atividades que transformem o quadro atual dos produtores, industriais e pesquisadores envolvidos com atividades de pesca da região.

Fonte: http://www.canaldoprodutor.com.br/