Tendências que têm moldado o setor de pescado em 2024

Pesquisa do NSC aponta que sustentabilidade, rastreabilidade e geração Z são algumas das tendências que têm moldado o consumo de pescado

Apelo à sustentabilidade e consumo ético, rastreabilidade dos produtos pesqueiros, o crescimento do consumo domiciliar, sobretudo de salmão, a busca pela conveniência e as exigências da geração Z são algumas das principais tendências que estão moldando o consumo de pescado em 2024. 

As informações são da pesquisa “Oceans of change: Seafood trends for 2024” realizada pelo Conselho Norueguês da Pesca (NSC), que identificou os fatores que influenciam o mercado global de pescado, que projeta atingir US$ 605,46 bilhões até 2029. Veja alguns desses fatores abaixo: 

Sustentabilidade e consumo ético

A proteína aquática foi reconhecida por seu valor nutricional e potencial de alimentar a população global de forma sustentável e ética, especialmente em países em desenvolvimento. Este reconhecimento ocorreu na COP28, realizada em Dubai. 

Assim, as empresas que adotam práticas sustentáveis podem atender ao crescente mercado de eco-consumidores, como aponta estudo da NOAA Fisheries. 

Fidelidade à marca e país de origem 

É cada vez maior a exigência de que os produtos do mar precisam de mecanismos que comprovem a legalidade da captura, produção ética e respeito ao meio ambiente, bem como o país de origem. Estes requisitos podem ser atendidos com a rastreabilidade dos produtos de pescado.  

Neste cenário, o uso do QR code é uma grande oportunidade para informar os consumidores sobre o país de origem do pescado capturado, a malha de pesca utilizada, o sistema de produção empregado e a forma de preparo do produto.  

O crescimento do consumo de pescado em casa

O crescimento do consumo de pescado em casa também é tendência, com destaque para o salmão. Um estudo da NSC’s Deep Dive revelou que 45% dos consumidores em 17 países informaram que consomem o peixe em suas residências. Em alguns países, o consumo domiciliar de salmão ultrapassa 70%. A Noruega lidera o ranking, com 85% do consumo ocorrendo nos lares.

No Brasil, China, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Tailândia e Vietnã, o consumo doméstico varia entre 45% e 50%. Nesses países, um terço do consumo de salmão ocorre em restaurantes e o restante via delivery.  

Quando o consumo ocorre fora do lar, sushi, sashimi e poke são os produtos mais populares.

Ascensão da conveniência e dos petiscos 

Conveniência é uma das grandes tendências de consumo para este ano. A tecnologia permite ao consumidor acessar produtos de alto padrão, seja por meio da entrega de sushi de restaurantes ou kits refeição e lanche de frutos do mar, que são saudáveis e nutritivos. 

Fish jerky: lanche matinal saudável

Já os lanches e snacks de pescado também estão em ascensão. Nos Estados Unidos, o fish jerky (fatias de peixe desidratado) é uma opção saudável para petiscar, segundo a Euromonitor. A demanda por esses produtos continuará crescendo, mesmo com a compra nos ambientes digitais. 

Com a expansão, o estudo indica que novos modelos de negócios digitais são necessários para vender esses snacks no comércio eletrônico. O comércio eletrônico global aumentou de US$ 18 bilhões em 2019 para US$ 30,5 bilhões em 2021. 

Conservas de peixe: uma bela refeição 

As conservas de peixe seguem em alta. A Fishwife, por exemplo, vende peixe enlatado e em embalagens atrativas e bem elaboradas que, somadas com a alta qualidade do produto, tornam as conservas um ítem de presente. Becca Millstein e Caroline Goldfarb são exemplos de empresárias que mergulharam neste segmento de mercado norte-americano, que vale mais de US$ 2,2 bilhões. 

Produtos prontos para consumo e kits de refeição

Os kits de refeição de pescado são de fácil preparo e proporcionam mais qualidade, saúde e conveniência aos consumidores. Com refeições práticas, qualquer pessoa pode seguir uma receita e desfrutar de refeições de qualidade com menor esforço de planejamento e compra. 

Inovações no congelamento de pescado

O congelamento através do Sistema Vivo de Células (CAS) é um avanço tecnológico que uma tendência que amplia o sabor e a preservação dos nutrientes do pescado congelado, como destaca o estudo da Frozen Foods. Conforme o NSC, este avanço pode mudar a percepção dos consumidores sobre a qualidade do pescado congelado já que a tecnologia CAS mantém o frescor, o sabor e o valor nutricional do pescado, mesmo após o congelamento. 

Geração Z: Moldando o futuro dos frutos do mar 

A geração Z, composta por jovens entre 12 e 27 anos, valoriza a produção e captura que respeitem o meio ambiente, as questões sociais e o comércio justo. Conforme o estudo, estes jovens, influenciados pela era digital, ansiedade climática, mudanças financeiras e a pandemia de Covid-19 têm o poder de moldar o comércio de pescado. 

Os principais atributos buscados por essa geração são: 

– Conforto digital: fazem escolhas baseadas em informações encontradas na internet;

– Pessimismo e ansiedade: devido às mudanças climáticas e condições econômicas desfavoráveis;

– Consumo climático: são consumidores inclusivos e progressistas, acreditam que suas escolhas podem deter ou intensificar as mudanças climáticas e promover a equidade. 

“Oceans of change: Seafood trends for 2024” 

“Oceans of change: Seafood trends for 2024” é a quarta edição da série anual de relatórios “Principais Tendências de Consumo de Pescados e Frutos do Mar”, que fornece uma visão completa das tendências que moldam o setor, destacando as mudanças de comportamento dos consumidores, os desenvolvimentos da indústria e outras informações. O relatório deste ano apresenta dados exclusivos dos mais recentes relatórios Deep Dive do Conselho, que identificam mudanças nas atitudes e de comportamento de compra em 17 países diferentes.

“Em alguns anos, uma única tendência vai dominar o caminho da indústria de pescado e frutos do mar. Em 2024, existe já um equilíbrio de tendências convergentes que influenciam e impulsionam umas às outras: tecnologia, inovação, sustentabilidade e a crise do custo de vida, para citar um pouco” indica Randi Bolstad, diretora no Brasil do NSC.

“Exploramos como essas tendências convergem e estão catalisando mudanças, e como a indústria pode aproveitá-las para beneficiar tanto as empresas quanto os consumidores. Este ano, incluímos no relatório insights e exemplos de líderes da indústria e inovadores, para fornecer inspiração e contexto para o mercado em todo o mundo”, completa.

O relatório completo pode ser acessado aqui: 

Fonte: seafoodbrasil.com.br/