A aquicultura que antes era inviável no semiárido baiano, agora com o sistema de bioflocos será uma alternativa real de renda e alimentação para o sertanejo.
A informação, divulgada ontem pelo presidente da Bahia Pesca (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura da Bahia), Dernival Oliveira Júnior, foi durante a visita à Tribuna da Bahia. Ele foi recebido pelo diretor-presidente do jornal, Walter Pinheiro.
A tecnologia de bioflocos permite a utilização de uma água imprópria para consumo humano, mas apropriada para a aquicultura. “Estimula o crescimento de bactérias que fazem a assimilação em biomassa bacteriana. Essa técnica reaproveita a água do sistema e permite a diminuição de gastos com a renovação da água. Os tanques podem ficar até seis meses sem trocar a água”, explicou o presidente.
A Bahia Pesca prevê a instalação em cidades do semiárido de tanques-lona com capacidade para 20 mil litros de água que serão povoados com tilápias, peixe de fácil manejo e ótima adaptabilidade. A primeira cidade a receber a nova tecnologia será Uauá. “Vamos começar por esse município que sofre tanto com a escassez de água, depois esperamos atender todo o Estado”, afirmou Dernival Oliveira Júnior. Cada tanque será capaz de produzir, por ano, 3600 quilos de peixes.
O presidente também falou que a Bahia Pesca está atuando para tornar o Estado um ambiente favorável para a carcinicultura marinha. “Ano passado atuamos junto ao STF para tornar sem efeito a ação civil impetrada em 2007, que proibiu a instalação de novos empreendimentos na Bahia e encaminhamos à Procuradoria Geral do Estado minuta de Lei especifica para licenciamento ambiental da atividade”, declarou.
O governo do Estado disponibilizou 20 milhões de reais para serem direcionados para a pesca e apicultura na Bahia em 2017. “Esse dinheiro será usado para compra de novas embarcações, projetos de piscicultura, apetrechos de pesca, unidade de processamento de pescado e marisco, dentre outros”, revelou o presidente, explicando que a maior dificuldade dos marisqueiros é o transporte. “Vamos disponibilizar transporte que atenda até 12 marisqueiros por vez”, contou.
Dernival Oliveira Júnior disse que pretende buscar autossuficiência, passando do patamar de 111 mil toneladas produzidas por ano para atingir, em quatro anos, 160 mil toneladas de pescado. “É um crescimento de 60% ao ano”, observou ele, ressaltando que, acredita que daqui a cinco anos a Bahia possa exportar peixe. “Hoje importamos peixe, mas o objetivo é exportar. Temos potencial, inclusive, para sermos o maior produtor de camarão do Brasil”, declarou.
A Bahia Pesca estima que nos próximos cinco anos o estado terá um avanço na sua área produtiva, estimando um incremento dos atuais 2 mil hectares para 10 mil hectares, garantindo assim uma produção de 25 mil toneladas de camarão.
Ele ressaltou que, “temos uma grande disponibilidade hídrica que favorece a produção de pescado. O que a gente precisa é fazer estratégicas corretas para fomentar a produção no estado. A Bahia tem 120 km de costa, mas de 60 bilhões de metros cúbicos de água continentais.
Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br