Nas últimas quinta (9) e sexta (10), representantes do governo e da iniciativa privada de Rondônia, além da Embrapa daquele estado visitaram a nossa Unidade. O objetivo foi conhecer nossos avanços científicos e estabelecer parcerias. “Estamos aqui pedindo o apoio a esta instituição, precisamos assinar o quanto antes um termo de cooperação técnica, pois estamos num momento crítico da produção”, enfatizou o secretário de Agricultura de Rondônia, Evandro Cesar Padovani. Além da visita à UD, a comitiva conheceu um frigorífico no interior do estado e os parque aquícolas de Sucupira, na capital Palmas, e de Brejinho de Nazaré, cidade que fica na região Centro-Sul do Tocantins. O chefe Geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Carlos Magno, solicitou que eles fossem mais específicos na determinação de suas demandas e apontou soluções já prontas, como um curso de piscicultura que o SENAR (Serviço de Aprendizagem Rural) realizou com a Embrapa, disponível on line.
“A gente precisa primeiro que eles caracterizem quais demandas necessitam ser atendidos para que possamos inseri-las no planejamento da UD”, ponderou o chefe Geral, que continua: “O grupo apontou questões de sanidade, mas pode ser que haja outras demandas. Inclusive essa área envolve geração de conhecimento. Mas já temos algumas coisas prontas, como o curso do SENAR por exemplo, que tem mais de 20 horas gravadas e está disponível on line no site dessa instituição ”, completa.
Sanidade e conversão da alimentação (eficiência na dosagem de ração para ganho de peso) são os maiores problemas da região, segundo o superintendente de Desenvolvimento Econômico de Rondônia, Basilio Leandro Oliveira. “Há ainda muito experimentalismo, portanto é fundamental o incentivo de pesquisas nessa área. Há quem jogue Roundup (tipo de agrotóxico) para combater doenças na piscicultura”, afirma ele, acrescentando que melhoramento genético também é outra grande demanda do setor.
Em Rondônia, há 4.900 piscicultores, com uma produção na casa de 80 mil toneladas segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 10 maiores produtores de peixe do país, cinco estão naquele estado, segundo a Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO). Oliveira afirma que essa é uma conquista recente. “Há 5 anos, produzíamos 8 mil toneladas. Um dos principais fatores que incrementaram a produção foi o aumento das áreas licenciadas”, pontua ele. Para a técnica da Emater-RO Maria Mirtes Pinheiro, também presente no evento, a piscicultura passou a atrair muito a atenção dos pequenos produtores que adotaram essa nova cultura: “muitos agricultores familiares migraram para a produção de peixe porque Manaus era nosso comprador certo. Agora vendemos não só para eles, mas também para outros estados”.
Sobre possibilidades de expansão da produção da piscicultura, o secretário de Agricultura de Rondônia, Evandro Padovani, cita um grande potencial de crescimento. De acordo com ele, estudos da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) e das usinas de Santo Antônio e Jirau, ambas no Rio Madeira, identificaram que é possível produzir 800 mil toneladas de peixes na região. Ou seja, 9,5 vezes a produção medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE) em 2015. No entanto, é necessária uma aproximação maior entre o estado e a Embrapa: “Rondônia é muito rico no potencial hídrico. Mas a gente precisa da pesquisa. Não há desenvolvimento se não tiver a pesquisa”, afirma.
Programação – A comitiva reuniu-se no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura na manhã da quinta-feira. Após o pesquisador Giovanni Moro apresentar as linhas de pesquisa da Unidade, Basilio Oliveira enumerou os desafios e as metas do governo, que incluem capacitação de técnicos e piscicultores. Ilce Santos, da Superintendência de Desenvolvimento Econômico de Rondônia, lembrou que, na medida em que a produção foi aumentando, os problemas de sanidade começaram a surgir. “Contamos com a Embrapa para nos ajudar a combater esse problema. A piscicultura em Rondônia foi o setor que mais gerou empregos no estado e é o mais impactante na economia regional”, salientou.
Após a explanação dos representantes do governo, foi a vez do analista Francisco de Assis Correa Silva, da Embrapa Rondônia, falar sobre as linhas de pesquisa daquela Unidade – que ainda não estudos em piscicultura. Na sequência, Mayara Batschke, representando a Piscicultura Dourada, fez suas considerações. Ela destacou que leis estaduais incentivaram a produtividade. “Quando pudemos ter produção de pescado em áreas de preservação permanente (APPs) em estado de degradação, pudemos avançar bastante na piscicultura”, destaca ela. Além disso, a empresária ressaltou a importância de financiamento a baixos juros do Banco da Amazônia.
Finalizando as apresentações na parte da manhã, a colega Adriana Lima apresentou seus trabalhos com sexagem e avaliação genética do pirarucu. Após o almoço, o grupo visitou o Parque Aquícola de Sucupira, em Palmas. No dia seguinte, a comitiva visitou a Fazenda São Paulo, em Brejinho de Nazaré. Na mesma cidade, os visitantes conheceram também o sisteminha da Embrapa. Por esse processo, é possível unir a piscicultura e o cultivo agrícola em pequenas propriedades.
Fonte: http://www.ariquemesonline.com.br