A produção dos piscicultores nos Campos Gerais chega a, aproximadamente, 200 toneladas por ano, segundo estimativa da Associação dos Piscicultores divulgada exclusivamente para o Jornal da Manhã. Na última Feira do Peixe, realizada em 31 de março de 2015, foram comercializados 26 toneladas de pescado, com uma arrecadação de R$ 360 mil, o que demonstra o potencial da região para a venda e consumo da espécie.
Uma medida que poderia representar um grande passo para a piscicultura na região seria a regularização dos produtores, que deve ser realizada junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Segundo o presidente da Associação dos Piscicultores dos Campos Gerais, Osmar Bruno Zoldan, a região possui 65 produtores e apenas dois são regularizados. “Os produtores precisam da regularização porque podem pegar financiamento e potencializar a produção”, destaca Osmar.
Outro futuro benefício para os piscicultores na região é a possibilidade da produção após a implantação da Usina Hidrelétrica Santa Branca, que deve ser instalada no Rio Tibagi. De acordo com Osmar, a Associação dos Piscicultores negocia com a empresa para produzir peixes no local. “Firmamos a parceria e poderemos utilizar 2% da lâmina de água alagada para exploração da piscicultura. Ou seja, vamos fazer o repovoamento na parte de cima e de baixo da represa”, explica. A parceria ainda permitirá que produtores que queiram ingressar na Associação dos Piscicultores possam produzir mesmo sem ter um terreno próprio.
De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Neto, a piscicultura na cidade possui desafios. “A produção em Ponta Grossa é realizada por 3 ou 4 produtores e precisamos melhorar essa performance. O nosso desenvolvimento nesta área não é como gostaríamos”, afirma o secretário. Segundo Gustavo, um dos passos necessários para desenvolver a piscicultura é sistematizar a criação.
Um dos pontos que também pode alavancar a produção na região, defendida pelo presidente da Associação dos Piscicultores, é a necessidade. “Não dá para fazer só por lazer, mas realmente produzir. O piscicultor precisa se regularizar para manter a produção”, afirma Osmar. O presidente da Associação dos Piscicultores dos Campos Gerais possui um laboratório com cerca de 400 mil alevinos (peixe recém-saído do ovo), entre tilápias, bagres e carpas. Os peixes são produzidos e vão para tanques de ‘engorda’ para, posteriormente, serem vendidos para produtores.
MERCADO – Paraná produz 51% da tilápia
O superintendente federal no Paraná da pesca e aquicultura, José Antônio Faria de Brito, destaca a produção no estado. Segundo José Antônio, a produção de tilápia do Paraná representa 51% de toda a produção no Brasil. “Estamos beirando 90 mil toneladas de produção por ano. Quase 50 mil desta quantia é de tilápia”, afirma José. O mercado da piscicultura avança no Estado e cidades como Nova Aurora, no oeste do Paraná, já tem a piscicultura como principal atividade econômica.
Merenda escolar
De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Ribas Neto, a Secretaria de Educação de Ponta Grossa consome três toneladas de peixes por mês – utilizada na merenda escolar nas instituições de ensino do município. Segundo ele, a produção dos peixes seria uma possibilidade para abastecer as próprias escolas em Ponta Grossa.
Fonte: http://arede.info/