Informações sobre a prática da piscicultura em Rondônia foram temas da II Mostra de Ciência, Tecnologia e Inovação de Rondônia promovida pelo Sebrae-RO entre os dias 29 e 31 de outubro nos municípios de São Miguel do Guaporé, Seringueiras e São Francisco do Guaporé, na região do vale do Guaporé. A Mostra é uma atividade da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Os assuntos abordados foram alta produtividade em cafeicultura, cultivo do maracujá, piscicultura, bovinocultura leiteira, adubação e manejo de pastagens. Durante todo o mês de outubro aconteceram palestras e oficinas promovidos pelo Sebrae-RO nos municípios Pimenta Bueno, Ji-Paraná e Porto Velho. Em 2012 o Sebrae promoveu a I Mostra em Ariquemes e Guajará-Mirim.
A principal finalidade da SNCT é mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de Ciência e Tecnologia (C&T) de modo a valorizar a criatividade, a atitude científica e a inovação. O evento pretende mostrar a importância da C&T para a vida de todos e para o desenvolvimento do país. Ele possibilita, ainda, que a população brasileira conheça e discuta os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas e suas aplicações.
A criação de peixes em cativeiro, em grande escala, é uma atividade relativamente nova na história da humanidade e tem sua origem na década de 1970 com o aumento mundial do consumo. Até então o pescado consumido pelo homem era de origem extrativista, seja ela da pesca em água doce ou salgada. Portanto, o desenvolvimento de tecnologias do setor ainda é recente. Segundo informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o comércio de pescado gera mais dividendos que o agronegócio em todo o mundo e representa 16% da oferta mundial de proteína animal, um mercado sete vezes maior que o da carne bovina. Em 2010 a produção mundial de pescado para o consumo humano foi de 117,8 milhões de toneladas.
O Brasil tem grande potencial para o desenvolvimento da piscicultura pelo fato de ter 8.500 km de costa marítima, 12% das reservas de água doce do mundo, disponibilidade de terras a preços acessíveis e mão de obra. No entanto, o consumo de pescado per capita no país fica abaixo da média recomendada pela organização mundial de saúde, que é de 12 kg.
Rondônia tem uma vocação especial nesse cenário, pois possui sete bacias hidrográficas, 42 sub-bacias, autossuficiência na produção de alevinos, entre outros fatores favoráveis. No entanto, o Estado utiliza menos de 1% do seu potencial hídrico para a criação de peixes em cativeiro. Segundo o palestrante Gleibison de Melo Arvelino, a maior parte dos peixes produzidos é tambaqui e pirarucu. Mas poderiam ser introduzidas espécies como carpa cabeça grande, carpa capim, dourado, curimbatá, pintado, jundiá, piapara e pacu. Na palestra foram repassadas informações sobre técnicas para criação de peixes em cativeiro. Entre os expectadores estavam agricultores familiares e estudantes.
A estudante da Escola Família Agrícola de São Francisco do Guaporé, Caroliny Estedany Guariza Lisboa, 16, participou da palestra com colegas do ensino médio. Lisboa disse que as palestras foram muito interessantes para ela e os demais estudantes pelo fato de darem acesso a novas tecnologias praticadas no campo e também pela experiência pessoal repassada pelos palestrantes, que têm uma perspectiva diferente do produtor. “Para nós que estudamos é frequente tomarmos conhecimento da versão do produtor ou da versão do professor, mas não são muitas as oportunidades de frequentar palestras com técnicos que têm tanta experiência quanto os que estiveram na Mostra promovida pelo Sebrae. Além disso, também pudemos conhecer mais sobre o manejo de culturas animais, o que nos interessa bastante, pois no nosso curso as culturas vegetais são as que integram nosso currículo escolar.”, explicou.
Fonte: http://www.rondoniaovivo.com