A piscicultura chama a atenção dos pequenos produtores que visitam a Agrobrasília 2012. A criação de peixes é um dos 13 circuitos temáticos , coordenados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) ,com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), dentro do Espaço de Valorização da Agricultura Familiar (Evaf). Na Rota do Peixe, os visitantes podem conhecer o tanque de ferro-cimento, uma técnica tradicional que tem baixo custo, longa durabilidade e aumenta a renda do produtor.
Em um tanque feito de cimento, com capacidade para 12 mil litros de água, que ocupa uma área de pouco mais de 7 m2 e custa cerca de R$ 400, é possível produzir aproximadamente 350 Kg de peixe ao ano. “A piscicultura é perfeita para agricultores familiares, pois a construção do tanque é barata e serve para duas finalidades: criação de peixes e irrigação”, explica o técnico da Emater, Fábio Renato da Silva.
Com um sistema simples de oxigenação da água, o agricultor precisa trocar apenas 30% do volume de água, duas vezes por semana. A água descartada é reaproveitada para irrigar outros cultivares da propriedades e traz a vantagem de conter matéria orgânica. Para o agricultor familiar, o peixe produzido nos reservatórios de irrigação possibilita a melhoria na qualidade da alimentação da família e o aumento na renda com a comercialização do excedente da produção, diversificando a exploração da propriedade.
A tilápia é um dos peixes indicados para a agricultura familiar, pois apresenta ciclo rápido – em seis meses atinge o ponto de abate. Assim, uma vez por semestre, o produtor tem um incremento na renda familiar. “Caso ele tenha mais de um tanque é possível intercalar a criação de modo a ter peixes em diferentes épocas”, continua Fábio.
O projeto dos tanques de ferro-cimento está sendo implementado no Núcleo Rural Casa Grande, no Gama (DF). Trinta produtores da região participaram de um curso de formação e dão agora os primeiros passos na construção dos tanques, entre eles, o senhor Jacinto Rodrigues Lima. Ele vai construir dois tanques na propriedade de 2 hectares, que serão um complemento à renda que vem da plantação de maracujás e da criação de frangos caipiras.
Segundo ele, a piscicultura intensiva atende perfeitamente às pequenas propriedades, pois demanda pouco espaço e é rentável. Jacinto pretende implementar também um filtro no tanque, tornando a água reaproveitável para a própria criação de peixes. O excremento retido no filtro será utilizado como adubo para a plantação de maracujás, assim como a água que não puder ser reaproveitada. “É possível associar alta produtividade e pequeno gasto de água”, conta Jacinto.
O próximo passo para Jacinto e demais agricultores locais é buscar ajuda de custo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Os participantes do curso estão se organizando para conseguir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e, assim, poder acessar as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – que pode financia a piscicultura com o Pronaf Custeio e o Mais Alimentos.
Linhas de crédito
O Ministério do Desenvolvimento Agrário trabalha pelo fortalecimento da agricultura familiar. Para isso, uma das principais ferramentas é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do país.
A piscicultura está entre os empreendimentos que podem ser financiados pelo Pronaf. Para isso, o produtor deve ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que será emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas, direcionando o agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito. A partir daí ele precisa procurar a empresa de assistência técnica e extensão rural do município para elaborar o projeto de viabilidade técnica. As linhas de crédito do Pronaf buscam atender às especificidades do público a que é dirigida.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br