Piscicultura em tanques é opção rentável para produtores rurais

No sítio Leitão, a oito quilômetros do centro de Coroados (SP), 16 produtores rurais locais e também de Araçatuba, Birigui e Brejo Alegre ouvem atentamente os ensinamentos do engenheiro agrônomo Odenir Rossafa Garcia. O instrutor do Senar-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) detalha as técnicas para a produção de peixes no curso Piscicultura – Cultivo em tanque escavado. Na propriedade de aproximadamente 12 hectares (ha), o produtor Manoel Antônio Leitão conta com 34 tanques, e cria oito espécies: matrinxã, pacu, pangasius (panga), pintado, pirarucu, tambacu, tambaqui e tilápia.

A capacidade de produção gira em torno de 20 toneladas de peixe por mês, mas, atualmente, Leitão se contenta com metade desse potencial. “Comecei esses tanques e a criação como um passatempo, e notei que pode ser um excelente negócio. Estou muito confiante. Na fase atual estou desenvolvendo o sistema de comercialização, fazendo contato com frigoríficos, com os pés no chão. À medida que houver demanda, aumentarei a produção”, explica.

Se depender da avaliação de Garcia, isso certamente ocorrerá. “São muitas as vantagens do tanque escavado sobre outros métodos de piscicultura e também em relação a outras criações e culturas. O custo é muito menor e a operação, bem menos burocrática quando comparada a tanques-rede, por exemplo. E a margem de lucro pode chegar a mais de 40% do investimento. Que outra atividade do agronegócio te dá esta rentabilidade hoje?”, comenta o instrutor.

Em Coroados, há fila de espera para o curso, que objetiva acréscimo de renda e de alimentação familiar, principalmente para pequenos produtores rurais. Dividido em 32 horas, divididas em quatro dias, o programa do curso inclui legislação para licenciamento ambiental da aquicultura, diagnóstico da piscicultura, planejamento do sistema de cultivo a ser implantado, preparação do viveiro para o povoamento, manejo da alimentação dos peixes da forma correta, monitoramento da piscicultura, conhecimento das principais doenças e como fazer a despesca.

Dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) e que integram o Anuário da Piscicultura Brasileira, em 2018, mostram que o Brasil produziu 691,7 mil/t de pescados, com crescimento de 8% sobre 2017 (640,51 mil t). O crescimento foi puxado principalmente pelo aumento de 13,48% na produção de tilápia.

O curso é oferecido pelo Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste) e Senar-SP, em parceria com a prefeitura e a CDRS.

Fonte: http://www.folhadaregiao.com.br/