A piscicultura é um dos carros-chefes do governo de Tião Viana na área de produção. Por isso, com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Florestal da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), o programa tem sido trabalhado com os produtores de peixe da Cooperpeixe, para aplicação de cursos de capacitação nas comunidades, de maneira que os produtores sejam os próprios técnicos.
Ciente do potencial da região do Vale do Juruá na piscicultura, a Sedens ofereceu, na manhã desta quinta-feira, 14, a consultoria do americano Martin Halverson, diretor tecnológico do Projeto Pacu, radicado no Brasil há 10 anos, para os passos iniciais da empreitada. Cerca de quinze piscicultores participaram da capacitação, que tem por objetivo prepará-los para o trabalho no Centro de Alevinagem.
Halverson falou da riqueza genética da região: “É extraordinária. Há diversos peixes nativos e comercialmente importantes”. Sobre os conhecimentos apresentados no encontro, acrescentou: “Temos uma série de ensinamentos e treinamentos na área de capacitação da reprodução e produção de alevinos, de peixes ativos da região. Os cuidados e transporte de reprodutores, entrando na área de reprodução e cuidado de larvas, tudo que está envolvido na cadeia da produção de alevinos será tratado ao longo do ano, em uma série de cursos técnicos aplicados”, disse.
Os programas do governo do Acre que incentivam a piscicultura, tanto na capital como no interior, já é referência e servem de modelo em todo o país. Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima têm centenas de piscicultores, e o número só faz crescer com o incentivo do governo na construção de tanques.
Para atender à imensa demanda por alevinos, o governo está construindo na Vila Assis Brasil, interior de Cruzeiro do Sul, um Núcleo de Alevinagem, que irá produzir alevinos de peixes tradicionalmente criados no Juruá, como tambaqui, piau, curimatã e matrinxã, bem como alevinos de pirarucu e peixes de couro, entre eles o surubim, peixes de maior valor no mercado nacional e internacional.
Segundo Halverson, a estrutura do núcleo no Juruá tem grande diferencial, por ser apropriada com tecnologias de ponta para trabalhar, também, os peixes mais nobres da região, com possibilidade maior de ser exportado.
Sansão Nogueira de Souza, piscicultor e presidente da Central de Cooperativas de Piscicultores do Vale do Juruá, enfatizou a importância dos conhecimentos tecnológicos, com os conhecimentos populares, adquiridos com o trabalho, para atuar no setor pesqueiro: “As pessoas que vão trabalhar no Centro de Alevinagem precisam, além do que já sabem, ter esse acompanhamento técnico do processo produtivo de alevinos e construção da estrutura para garantir um mercado seguro e produtivo”, explicou.
O coordenador regional da Sedens, José Maria Freitas, salientou a seriedade dos investimentos que o governo do Estado está fazendo na cadeia produtiva do peixe, com capacitações de alto nível. Com 39 tanques, o Centro do Juruá, em sua fase inicial, terá capacidade para produzir cinco milhões de alevinos por ano.
Os investimentos chegam a aproximadamente R$ 3,5 milhões para construção de um laboratório de alevinos, alojamento, serviço de terraplenagem e construção dos tanques. Também estão sendo construídas quatro comportas para controlar o nível de água, evitando-se assim desperdício do líquido. São os lagos de decantação e o canal de acesso, que trará água do Igarapé Preto para o abastecimento dos tanques
Fonte: http://agencia.ac.gov.br