Pesquisadores da Unesp fazem mapeamento da genética da tilápia para melhorar criações

Pesquisadores da Unesp fazem mapeamento da genética da tilápia para melhorar criaçõesOs pesquisadores da Unesp de Araçatuba (SP) estão mapeando a genética da tilápia, que é produzida em grande escala na região. O estudo pode apontar caminhos para o maior rendimento das criações e também melhorar a qualidade dos peixes.

Estudar a genética de animais não é novidade para pesquisadores de Araçatuba. Eles já fizeram um estudo inédito sobre sequenciamento genético do nelore, a principal raça bovina do Brasil. A pesquisa ampliou as possibilidades de controle no processo de seleção dos melhores animais e de seus cruzamentos.

Isso proporcionou mais qualidade na carne e engorda num tempo menor. A pesquisa concluída em 2011 foi coordenada pelo professor da Unesp, José Fernando Garcia, que agora leva a pesquisa para as tilápias. “Como genômica se baseia no DNA e o DNA é universal, é possível usar a mesma ferramenta para acelerar o processo na piscicultura também”, afirma.

A espécie escolhida para pesquisa foi a tilápia por ser uma das mais produzidas no país. Dados do IBGE mostram que o país fechou 2015 com uma produção de 219 mil toneladas. Só o Estado de São Paulo é responsável por quase 15% desse total. Em um ano a produção de tilápia aumentou quase 10% no Brasil.

A expansão despertou o interesse dos pesquisadores. O objetivo é identificar o sequenciamento genético da tilápia com a análise de um pedaço da nadadeira do peixe. “Há duas grandes aplicações para isso. Uma é que nos programas de melhoramento genético onde se objetiva aumentar a produção, como rendimento de filé, que hoje na tilápia vaia entre 33% , é possível aumentar isso em alguns pontos percentuais e pode representar um benefício na cadeia de produção”, afirma.

A novidade agradou o pessoal de uma piscicultura em Zacarias (SP). No local eles trabalham com a tilápia em diferentes fases, desde os alevinos aos adultos. Hoje à piscicultura produz aproximadamente 150 toneladas por mês e aumentar esse número com pesquisas seria fundamental para o setor. “Vamos aproveitar melhor a produção e fazer render melhor a carcaça, diminuir o ciclo de produção, só temos a ganhar”, afirma o piscicultor Paulo Hirose.

Fonte: http://g1.globo.com