Estudo foi desenvolvido nos últimos dois anos por pesquisadora do Inpa. Pesquisadora identifica bactérias causadoras de doenças em peixes.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) iniciou uma pesquisa que deverá ajudar na redução do índice de mortalidade dos peixes cultivados em criadouros. A pesquisa identifica bactérias causadoras de doenças em pirarucus, tambaquis e matrinxãs, e servirá como base para determinar as medidas preventivas para reduzir a mortalidade dessas espécies criadas em cativeiro.
O estudo, realizado com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), foi desenvolvido nos últimos dois anos pela mestre em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do Inpa, Eliane Cardoso Carvalho, ao longo do projeto ‘Identificação fenotípica e molecular de bactérias patogênicas associadas à criação de peixes amazônicos’.
Segundo a pesquisadora, o conhecimento sobre a variedade de espécies bacterianas causadoras de doenças em peixes de interesse comercial, como no caso do pirarucu, tambaqui e matrinxã, é de extrema importância para garantir a diminuição das perdas econômicas dos criadouros. “As infecções em peixes são responsáveis por grandes perdas em criações intensivas as quais, muitas vezes, apresentam índice de mortalidade que pode chegar a 100%”, disse.
De acordo com a pesquisa, as bactérias dos gêneros Aeromoas, Cytophaga, Mycobacterium e Pseudomonas estão sempre presentes nos tanques e a presença de fatores estressantes aos animais pode desencadear o aparecimento de doenças. “Em peixes cultivados em criadouros, as enfermidades bacterianas ocorrem devido ao manejo não adequado, que leva à perda do muco, danos na superfície do animal, além de estresse”, defendeu.
Para identificar as demais bactérias, até então não conhecidas, a pesquisadora explicou que foram analisados 72 isolados bacterianos de peixes. “Foram 28 isolados de pirarucu, 17 de tambaqui e 26 isolados de matrinxã nos quais foram identificadas 35 espécies bacterianas. Destas, 11 ainda não haviam sido descritas e para as demais já há medidas profiláticas”, revelou a pesquisadora na dissertação de mestrado.
Economia
A Bacia Amazônica possui cerca de 2.500 espécies de peixes que caracterizam a região como uma importante fonte de recursos pesqueiros, apesar disso a piscicultura é uma importante atividade para regular o abastecimento de pescado regional, especialmente no período de defeso. Entre as principais espécies exploradas comercialmente estão o pirarucu, o tambaqui e a matrinxã.
O tambaqui é a espécie com maior importância comercial na pesca e na piscicultura da região amazônica com produção de 3,5 mil toneladas por ano.
A matrinxã vem ganhando destaque na exploração comercial por ser uma das espécies mais promissoras para a piscicultura. Atualmente, são produzidas 6 mil toneladas de matrinxã que abastecem 74% do País.
A produção do pirarucu foi estimada em 1,8 mil toneladas oriundas de três regiões pesqueiras: Amazônia Peruara, Fronteira Brasil-Peru-Colômbia e Amazônia Central.
Fonte: http://g1.globo.com/