Peixe de carne macia e rosada e altamente saudável, parecida com a do salmão, o pirarucu ganhou espaço na culinária japonesa em Cuiabá. O restaurante Japidinho, o primeiro a introduzir o peixe no menu, atualmente possui dez pratos em seu Buffet e utiliza cerca de 2 toneladas do pirarucu em suas três unidades localizadas na capital mato-grossense e Várzea Grande.
Segundo o proprietário do restaurante, Fernando Medeiros, há cerca de oito meses após uma crise no abastecimento do salmão no Brasil, o Japidinho encontrou no pirarucu, também conhecido como salmão amazônico, uma maneira de inovar no cardápio ao mesmo tempo em que encontrava um produto sustentável produzido no Mato Grosso.
“O salmão não é o peixe principal na gastronomia japonesa, apesar de ser o mais consumido no Brasil, diversos outros peixes como atum são utilizados, porém com a crise foi preciso refletir e após pesquisa encontramos no pirarucu um peixe de gosto suave, com a carne macia, que não tem cheiro forte e que combina com diversos ingredientes. Além de ser um peixe ideal para quem quer uma alimentação balanceada, por conta da grande quantidade de proteínas”, pontua.
Fernando conta ainda que o pirarucu é comprado de uma piscicultura em Peixoto de Azevedo (691 km de Cuiabá-MT), o que valoriza a economia mato-grossense. “O pirarucu também é uma alternativa mais econômica ao salmão. No começo comprávamos cerca de 100 quilos por semana para nossas três unidades, hoje já é cerca de 500 quilos por semana”, explica. Ele finaliza ainda que o pescado de rio não substituirá o salmão, mas está no mercado para preencher outro espaço. “É um peixe da qualidade, com boa textura que dá uma opção a mais. Tanto que já temos 10 pratos com o pirarucu no menu”, afirma.
O proprietário da Piscicultura Longo, Vilamir José Longo, relata que o Japidinho inclusive abriu um novo mercado para a piscicultura de pirarucu. “Começamos vendendo para supermercado, hoje vendemos para frigoríficos de Tocantins e São Paulo, e após o Japidinho passamos a comercializa para restaurantes de Sinop, Sorriso, Guarantã do Norte e Peixoto de Azevedo. Mudei o meu foco de um piscicultor comum para um produtor fornecedor que abate e vende diretamente para restaurante. O que elevou o nosso patamar. A intenção inclusive é parar de vender para frigoríficos e focar só em restaurantes”, ressalta.
Vilamir explica que a piscicultura transformou antigas áreas degradadas pela atividade garimpeira na cidade de Peixoto de Azevedo em uma forte e rentável cadeia produtiva. E que hoje são 15 hectares de lamina d’água e uma produção de 35 toneladas por mês de pirarucu.
“Só para Mato Grosso vendo 20 toneladas de pirarucu, e desses 2 toneladas é do Japidinho, que recebe o peixe fresco em Cuiabá. A transportadora leva em gelo às 17h daqui e às 6h da manhã já está na capital. Um peixe fresco pronto para ser servido nos 3 restaurantes”, conta o piscicultor.
Longo destaca ainda que do pirarucu, não é somente a carne que tem alto valor comercial. Seu couro é usado para a fabricação de calçados, as escamas servem para fazer bijuterias e a língua do animal serve para fazer lixa de uso humano para a higienização – para esfregar pés e outras partes do corpo durante o banho.
Fonte: www.24horasnews.com.br