Onda de calor afeta a criação de peixes em São Paulo

Temperaturas elevadas diminuem oxigênio na água e dificulta alimentação dos animais

Criador de trutas explica que o animal não consegue realizar a digestão da ração que ingeriu — Foto: Wikimedia Commons

A onda de calor registrada nas últimas semanas tem afetado a piscicultura em São Paulo. No último domingo (12/11), as temperaturas no Estado bateram os 37°C nos termômetros, sendo a segunda maior marca de 2023.

As temperaturas elevadas diminuem a solubilidade do oxigênio na água, afetando o cultivo de diferentes espécies de peixes. Com o clima mais quente e a diminuição do oxigênio na água, os peixes não se alimentam direito.

Andreas Karl Plosch, proprietário de um sítio de trutas em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, explica que o animal não consegue realizar a digestão da ração que ingeriu. Segundo o proprietário, uma alternativa para este momento é reduzir a oferta de ração ou até mesmo, por um tempo, não alimentar o peixe. Algumas espécies, como a truta, se reproduzem em águas mais frias, em torno de 10ºC e 20ºC.

“Neste período, setembro e outubro, a água chega a bater pico de 24 graus e isso é bastante para o manejo da truta”, destaca Plosch.

Para Leonardo Tachibana, diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Aquicultura do Instituto de Pesca (IP – APTA), o aumento do calor, também influencia na reprodução de algumas espécies.

“Além disso, peixes criados em tanques-rede não conseguem se deslocar para procurar regiões com conforto térmico, como as áreas mais profundas, então sofrem com a alta temperatura da água”, analisa o diretor.

Já a tilápia resiste a temperaturas acima de 35ºC e o clima mais quente pode ser benéfico para procriação. “Em algumas localidades, as tilápias podem antecipar a época de reprodução, após o período de inverno”, ressalta Tachibana.

Fonte: https://globorural.globo.com/