O primeiro criatório de pirarucu em Mato Grosso está em fase final de licenciamento por parte da Secretaria de Meio Ambiente do estado, informou a Sema. O processo, o primeiro protocolado na pasta até o momento, vai permitir a implantação de uma piscicultura comercial e de um laboratório para a produção de alevinos. O criatório fica em Canabrava do Norte, a 1.132 km de Cuiabá.
O dono do estabelecimento, que é biólogo, deu entrada no pedido em abril deste ano. Conhecido como o ‘gigante das águas’, o pirarucu tem como biomas de ocorrência natural da espécie em Mato Grosso as Bacias.
O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo, e pode atingir 3 metros de comprimento e chegar a 200 kg. Segundo a Sema, já no primeiro ano de criação o pirarucu pode atingir 15 kg, enquanto outras espécies atingem ponto de abate máximo de 2,5 kg.
O aproveitamento da espécie chama a atenção, chegando aos 60%, sendo que mais da metade (55%) é de filé nobre, semelhante ao salmão ou bacalhau, e os demais 5% em carne processada. Outros tipos de peixe têm aproveitamento menor, como o pintado (45%, sendo 38% nobre) e tambaqui (27% de filé)
O couro do pirarucu é aproveitado também, sendo requisitado para a fabricação de acessórios como bolsas, sapatos, roupas e cintos, e a língua e as escamas podem ser usadas para artesanato.
Em Mato Grosso, produtores vendem a espécie, mas com custo mais alto porque a maioria vem do Pará ou de outros estados da região amazônica. Um milheiro do pirarucu pode custar cerca de R$ 20 mil, o que faz com que o produto fique mais caro para comercialização.
O pirarucu só pode ser vendido se for oriundo de piscicultura licenciada ou para pesquisa científica em áreas de manejo de lagos autorizadas.
Fonte: http://g1.globo.com/