Ministro visita Cuiabá e sustenta que ‘piscicultura é última fronteira do agronegócio’

tanque rede“Temos um potencial imenso para a produção, mas não a aproveitamos; felizmente esta realidade está mudando”, avaliou Crivella, ao anunciar a instalação de oito parques aquícolas com capacidade para produzir mais de sete mil toneladas de pescado por ano no reservatório da Usina de Manso e investimento de R$ 16,5 milhões no município de Nortelândia (localizado a 205 quilômetros de Cuiabá).

A todo o momento lembrando a importância da presidente Dilma Rousseff no desenvolvimento das políticas voltadas para a piscicultura no país, Crivella destacou que o Brasil está longe de atingir o mínimo de consumo diário de peixe indicado pela Organização Mundial de Saúde. “Para tanto, teríamos que estar produzindo 800 milhões de quilos por ano a mais do que produzimos atualmente”.

Em seguida, minimizou o problema, pontuando ações e programas executados de forma conjunta entre União, Estado, Município e em alguns casos com entidades de classe, como a Associação Aquícola de Mato Grosso, que vem mitigando o problema do baixo consumo de pescado verificado no Brasil. Lembrou que o peixe sempre disputa mercado com a carne de frango, e que se for possível praticar o valor do quilo do pescado a R$ 5, o produto se tornará mais competitivo.

Entre as características apontadas pelo ministro como essenciais para dar suporte à aqüicultura no estado e que levaram MT a receber tais investimentos estão a vocação natural – Mato Grosso é banhado por três bacias hidrográficas -, a produção de milho, que facilitará a produção de ração, hoje um dos principais entraves a produção local devido ao alto custo da saca do produto, como apontado pelo presidente da Federação dos Pescadores de Mato Grosso, Lindemberg Gomes de Lima.

A apresentação do plano de Apoio ao Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Aquicultura, baseado em projetos estruturantes como a gestão da cadeia produtiva, projetos modulares e vocação regional. Todo o organograma de ações que compõe o programa é parte da meta do Plano Safra da Pesca e Aquicultura 2012/14.

“Assistência técnica, construção de uma fábrica de ração com capacidade estocagem de três mil toneladas ano, unidade de beneficiamento aproveitamento de todos os elos da cadeia (desde insumos, como alevinos, até o processamento e comercialização: o governo procurou planejar todos as etapas para dar sustentabilidade e viabilidade ao que está sendo implantado em MT”, destacou Crivella.

Manso e Nortelândia
No reservatório da usina de Manso, dos oito parques aquícolas que ali serão instalados, quatro são onerosos (concedidos mediante pagamento), de cunho empresarial, e quatro não onerosos, destinados à aquicultores familiares.

O valor do investimento, que inclui itens como estudo de impacto ambiental e de viabilidade do projeto, deve ficar entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões. Nos parques, serão produzidas nove espécies: tambaqui, pirarara, jurupensen, lambari, pirarucu, pirapitinga, pacu, tilápia e piauçu.

Logo após a cerimônia realizada no Palácio Paiaguás, o ministro se dirigiu na companhia do governador Silval Barbosa e de comitiva formada por secretários, deputados e assessores para Nortelândia, município onde foi assinado convênio no valor de R$ 16,5 milhões.

Ainda em Cuiabá, Crivella não economizou elogios aos esforços empreendidos pelo prefeito da cidade, Neurilan Fraga (PSD).

“Todo o mérito do investimento que a União fará em Nortelândia deve ser dado ao empenho de Neurilan, que foi à Brasília, montou uma equipe competente que executou os projetos de forma correta, respeitou os trâmites legais, trabalhou para que o que está sendo concretizado hoje se tornasse realidade”, destacou Crivella.

A previsão é de que 300 famílias sejam beneficiadas pelo projeto. Tilápias e peixes nativos da bacia do rio Paraguai serão criados em 285 viveiros escavados a serem construídos, cada um com área de cinco mil metros quadrados.

Fonte: http://www.expressomt.com.br/