Mapa e MRE garantem participação do Brasil em feiras de Boston e Bruxelas

Mapa e MRE garantem participação do Brasil em feiras de Boston e BruxelasApós um período de “orfandade institucional” em eventos internacionais, como a Seafood Brasil mostrou na edição #16, o setor terá novamente apoio do governo federal para participar das feiras Seafood Expo North America (Boston, 19 a 21 de março de 2017) e Seafood Expo Global (25 a 27 de abril).

Outras feiras relevantes para a exportação de pescado também estão sendo avaliadas, mas para as duas acima o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Agricultura (Mapa) já garantiram um pavilhão brasileiro, a partir de uma articulação promovida pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), em parceria com a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP).

Dayvson Franklin de Souza, titular da SAP, teve um primeiro contato com o secretário de relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, que já havia sido adido agrícola em Bruxelas e conhece a feira. “Ele tem muito conhecimento do segmento. Começamos a colocar a questão do déficit da nossa balança comercial e ele mesmo colocou que precisamos fazer uma ação mais concreta com uma agenda internacional para mostrar o pescado como um setor forte.”

Emerson Raiol, chefe de serviço e internacionalista no Mapa, já havia sido um dos responsáveis pelas participações em feiras quando o MPA ainda existia. Logo foi convocado para uma primeira reunião com pares no Mapa e encaminhou a demanda, que chegou a Eduardo Sampaio Marques, diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Mapa (DPI/SRI).

Acordo com ele, o ministério fará de 8 a 10 feiras em 2017, das quais 2 são as de pescado. “Escolhemos o pescado porque é um setor que não conta com apoio específico dentro do governo, a não ser a SAP.” O estande do Brasil em Boston será de 93 m², enquanto em Bruxelas o espaço terá 175 m². Ambos já estão reservados.

O governo brasileiro arcará com os custos do espaço, montagem e atrações, como a presença de chefs brasileiros, enquanto as empresas interessadas arcam com suas despesas de viagem e envio de amostras. O processo seletivo será aberto em breve, após a definição da lista de eventos internacionais com participação do Brasil.

Para Raul Fontoura, que também atua no DPI, o apoio do Mapa se insere dentro de um projeto mais abrangente de aumentar a participação de produtos com valor agregado na pauta exportadora em todas as cadeias. “Vamos incentivar a fatia da produção de pescado com maior potencial de exportação. Estamos falando de nichos com alto valor agregado, como peixes nativos, lagosta, camarão etc.”

Segundo ele, quando a discussão sobre a retomada do calendário internacional foi retomada a equipe colocou no radar a aquicultura. “Além disso, nos roteiros com foco em sustentabilidade a ideia é incluir a produção sustentável na Amazônia”, relata o especialista. “A mensagem é dizer que não é algo inalcançável, também está ao alcance de pequenos e médios produtores”, sublinha o diretor do DPI.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) também participou de algumas reuniões e deve apoiar o Mapa na missão de fazer a participação nas feiras ser focada na realização de negócios. “Tive uma reunião com o presidente da Apex [Roberto Jaguaribe] e eles se propuseram a nos ajudar. Organizar a participação de uma forma mais produtiva, com visita técnica, uma rodada de negócio, usar os adidos agrícolas”, explica Marques.

Existe a possibilidade de que o supervisor de agronegócio da ApexBrasil, Alberto Bicca, participe inclusive da feira em Bruxelas. Em agosto, durante a feira Anutec, em Curitiba, Bicca já havia questionado a Seafood Brasil sobre a falta de interesse do setor de pescado em criar um Projeto Setorial dentro da Apex. Veja o vídeo abaixo para entender como funcionam os Projetos Setoriais da Apex.

Outra frente de trabalho nos eventos é a atração de investimentos na produção aquícola. “Existe interesse grande em investir no Brasil. Há grandes oportunidades de investimento e quando vamos a uma feira falamos disso”, conta Eduardo Marques. Raul Fontoura conta que duas empresas estrangeiras já sondaram o DPI/SRI para investir no pescado. “O papel que fazemos é de ponte. Conectamos o investidor com uma empresa ou grupo de produtores que está estruturado para receber este investimento. Para nós, uma empresa estrangeira que capitaliza uma brasileira, com instrumentos que mantenham o Brasil com participação maior na cadeia de valor, serve como plataforma de expansão.

Fonte: http://seafoodbrasil.com.br