Laboratório tem aporte de R$ 500 mil para desenvolver tecnologias para produção de peixes

Pelo acordo de cooperação, estas vacinas serão escalonadas visando a comercialização

Pesquisadores do Laboratório de Bacteriologia de Peixes (LABBEP) da UEL, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), formalizaram um acordo de cooperação com a Simbiose – Indústria e Comércio de Fertilizantes e Insumos, considerada entre as maiores produtoras brasileiras de insumos microbiológicos para o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção comercial de peixes, sobretudo de tilápias, a principal espécie criada em cativeiro no país. A empresa está iniciando a atuação na saúde animal com o desenvolvimento de novas tecnologias para produção comercial de peixes. O acordo prevê investimentos da ordem de R$ 250 mil que serão investidos em pagamento de bolsas, aquisição de equipamentos e de insumos.

Paralelamente, o LABBEP foi contemplado com outros R$ 250 mil no Edital de Chamada Pública SETI/Fundo Paraná – Programa Agências para o Desenvolvimento Regional Sustentável e Inovação do Paraná (AGEUNI). De acordo com o coordenador do LABBEP, professor Ulisses de Pádua, este investimento permitirá o desenvolvimento de três subprojetos considerados estratégicos – diagnóstico rápido de doenças infecciosas de animais especialmente peixes; prospecção de bactérias candidatas a probióticos para animais e desenvolvimento de vacinas autógenas contra as principais doenças infecciosas de peixes.

Estes insumos são importantes na medida em que o mercado consumidor busca alternativas de proteínas mais baratas. A produção de peixes de cultivo, particularmente a tilápia, no Paraná, chegou a 194 mil toneladas em 2023, confirmando ainda mais o Estado na liderança nacional desse segmento. De acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a tilápia é o peixe mais cultivado no país.

Segundo o coordenador do laboratório, o diagnóstico rápido é importante para facilitar a identificação das principais doenças que acometem os criatórios como estreptococose,  franciselose e outras, que podem provocar sérios prejuízos aos produtores. De acordo como o coordenador, a proposta é semelhante à tecnologia utilizada em testes rápidos da Covid-19, de fácil manuseio. Ele explica que o resultado de um diagnóstico convencional demanda uma semana, enquanto a tecnologia que deverá ser desenvolvida prevê o resultado em até 30 minutos.

Sustentabilidade

O segundo subprojeto, desenvolvimento de probióticos para peixes e outros animais, busca identificar microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde. De acordo com o professor, o uso dos medicamentos naturais são considerados mais sustentáveis na medida em que podem reduzir o uso de insumos químicos e de antibióticos.

A proposta vem ao encontro do que defendem os especialistas, inclusive o Conselho Federal de Medicina Veterinária, do incentivo da saúde preventiva, eficaz e integrada, que leve conhecimento à população em favor de uma Saúde Única, ou seja, uma abordagem global, transdisciplinar, integrada e unificadora para equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e do meio ambiente.

O outro subprojeto prevê a transferência de know-how para a produção comercial de vacinas. O Laboratório detém hoje o conhecimento de imunizantes para doenças de peixes. Pelo acordo de cooperação, estas vacinas serão escalonadas visando a comercialização. “Estamos entrando no mercado para concorrer com uma vacina autógena, que traz como vantagem um controle de qualidade com resultados superiores”, afirma o professor.

Fonte: https://www.aquaculturebrasil.com/