Investimentos na criação de peixes é maior na região oeste do Paraná

Produtores dizem que a Tilápia se diferencia das demais espécies pela lucratividade. Em 2019, o estado produziu mais de 150 mil toneladas de peixes.

A região oeste do Paraná foi a que mais investiu na criação de peixes nos últimos cinco anos no estado. É responsável por mais da metade do valor bruto da produção de peixes.

Os números nos ajudam a contar um pouco dessa história. O Paraná produziu mais de 150 mil toneladas de peixes em 2019. O dobro de São Paulo, segundo colocado no ranking nacional.

Em 2019, a produção paranaense de peixes cresceu 20%, bem acima da média brasileira que é 5%. Até a capital nacional da tilápia fica aqui. Em Nova Aurora, também na região oeste. Cada vez mais, os produtores do estado têm encontrado dentro dos açudes uma forma de diversificar a renda.

Estudante de medicina veterinária, André montou três tanques com quase 25 mil tilápias e virou um produtor orgulhoso da atividade que passou a exercer.

“A cada duas semanas pegamos os peixes para ver o peso, acompanhar o desenvolvimento”, detalhou.

Durante mais de 20 anos uma chácara de Cascavel funcionou apenas como um espaço de lazer para família do André.

Mas, há seis anos ele decidiu transformar esse local em uma área lucrativa, encontrou na piscicultura tudo o que precisava. Uma produção que não exigia muito espaço, nem investimento e muita mão de obra. Aliado a isso, precisava render um bom dinheiro.

“Uma produção que não leva muito tempo, em 7 a 10 meses de manejo dá pra retirar e colocar dinheiro no bolso”, afirmou.

Mas para fazer o negócio dar certo, o trabalho começa cedo. Os peixes são alimentados três vezes por dia. A ração é feita com farelo de grãos. O André não faz parte de um sistema integrado com uma cooperativa. Por isso, compra e vende direto com fornecedores. O carro-chefe da produção é a tilápia do nilo.

O Brasil é o maior produtor de tilápia da América Latina. E o 4º do mundo. Aqui no Paraná, 1 de cada 3 peixes produzidos é de alguma espécie de tilápia.

Cultivado em 24 dos 27 estados brasileiros, este tipo de peixe ganhou até o apelido “Frango d´água brasileiro”, já que rende e se desenvolve tão bem quanto a atividade viária.

A tilápia é o segundo peixe mais consumido no mundo e está presente em 140 países, nos cinco continentes.

A facilidade de criação, a resistência a doenças e o sabor da carne atraem clientes e produtores. Essas, aliás, foram vantagens que o André também descobriu em uma outra atividade animal: a ovinocultura.

Com um pedaço pequeno de terra que ainda tinha na chácara, o produtor começou um rebanho e agora combina a criação de peixes com a de ovelhas.

“Os ovinos estão crescendo bastante. Uma paixão!”, enfatizou.

Diversificar a produção, encontrar alternativas para aumentar a renda e fugir dos mercados tradicionais. Foi assim que o André conseguiu transformar a chácara de fim de semana em uma propriedade pequena, mas muito lucrativa.

” Em uma pequeno espaço eu consigo produzir bem. A partir da faculdade de medicina veterinária, quando iniciei no sistema da criação, o trato e manejo são mais fáceis. Tem que colocar na ponta do lápis. Agora, tô pensando em colocar fora do Brasil”, concluiu.

Fonte: https://g1.globo.com/