“Inovações no cultivo de tilápias”

tilapia

O evento Inovações no cultivo de Tilápias reuniu os mais recentes resultados de pesquisas em aqüicultura no país, em um Dia de Campo direcionado aos produtores e pesquisadores do setor, atingindo, com sucesso, um dos principais objetivos da Rede Aquabrasil: o de promover o desenvolvimento sustentável da aqüicultura nacional, por meio da pesquisa, geração e transferência de tecnologia ao setor produtivo. As atividades foram realizadas pela Embrapa em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade de São Paulo (USP) – ESALQ, no dia 12 de maio, no Campus da UEM, localizado na Cidade de Diamante do norte no Paraná.

Na abertura foi assinado o Termo de Convênio de Cooperação Técnica entre a Embrapa Pantanal – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a UEM, para o desenvolvimento da pesquisa: Bases Tecnológicas para o Desenvolvimento da Aqüicultura no Brasil – Aquabrasil.

Pela manhã, para um público de 200 pessoas, as propostas do Programa de Pesquisa Rede Aquabrasil, bem como os objetivos e a importância do projeto, foram abordados em palestra ministrada pela pesquisadora da Embrapa Pantanal Emiko Resende. Segundo a pesquisadora, o salto tecnológico necessário para garantir a produção aquícola sustentável no país, que inclui a redução de impactos ambientais, o uso de linhagens melhoradas, a elaboração dietas e rações adequadas e de produtos com alto valor agregado, só serão viáveis por meio de investimentos em pesquisa.

“A importância do melhoramento genético na piscicultura: o exemplo da Tilápia GIFT (Genetically Improved Farmed Tilapia)” foi o tema da segunda palestra do dia, onde o professor da UEM, Ricardo Pereira Ribeiro, abordou as particularidades da espécie pesquisada pela rede e as metodologias de identificação de variabilidade e de seleção nos cruzamentos para a melhora de desempenho. Segundo o pesquisador, uma das vantagens da Tilápia GIFT é que cada nova geração melhorada serve como base para a próxima, estimando-se que a sétima geração alcance o dobro da taxa de crescimento da população original. Após apresentação dos pesquisadores, o Secretário Executivo do Ministério da Pesca e Aqüicultura Cleberson Zavaski ministrou a plaestra “Mais Pesca e Aquicultura – Políticas para o desenvolvimento da pesca e aquicultura brasileira”.

Na parte da tarde, os produtores participaram de um dia de Campo, organizado em sistemas de “ilhas”, visitando estandes dos Projetos Componentes da Rede Aquabrasil, onde foram apresentadas as tecnologias desenvolvidas pelas pesquisas nas diversas etapas da cadeia produtiva da Tilápia: melhoramento genético, nutrição, sanidade, manejo e gestão dos sistemas de cultivo e o aproveitamento agroindustrial.

Durante as atividades o participante recebeu diversas informações sobre as cinco áreas e se surpreendeu com o potencial da espécie. A produtora rural Denise Silva ficou encantada com os produtos obtidos a partir do couro e da carcaça da tilápia: “não sabia que poderia fazer bolsas e sapatos tão bonitos com o couro do peixe e muito menos biscoitos, pães e salgadinhos industrializados, sem o gosto característico do pescado”, completa. Após as atividades, os participantes conheceram uma Unidade Demonstrativa do Programa Aquabrasil, a de criação de Tilápias em Tanque Rede no Rio do Corvo.

Um dos objetivos do Aquabrasil é que, ao final do projeto, as Tilápias melhoradas geneticamente e alimentadas com rações de maior valor nutricional, sejam mais resistentes a doenças e estresse, com um padrão comercial competitivo e de alto retorno econômico. Martinho Carlos Colpani Filho, há 20 anos trabalhando com piscicultura, viajou oitocentos quilômetros para participar do evento, que considerou de extrema importância para quem trabalha no setor: “Sozinhos, nós produtores não temos condições, nem financeira nem intelectual, de investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. Assessorados por especialistas da área que nos repassam o que há de mais novo e moderno na aqüicultura mundial, é possível pensar em aumento de produtividade e lucratividade da atividade. É um grande estimulo e incentivo para quem já esta há tanto tempo no mercado de pescado.”

Além da tilápia outras 3 espécies estão sendo estudadas: a cachara (Centro-oeste), o tambaqui (Norte) e o camarão branco (Nordeste). Eventos sobre a cadeia produtiva destes pescados serão realizados futuramente, nas determinadas regiões de interesse. A Rede Aquabrasil, financiada pela Embrapa e pelo Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA), congrega 13 Unidades descentralizadas da Empresa, 32 pesquisadores e centenas de assistentes, bolsistas e estagiários, além de parceiros externos, como Universidades e Centros de Pesquisa e setor produtivo atuando em todas as regiões do país.