Garantia de renda: Município incentiva piscicultura

Roman possui quatro açudes e lâmina de água chega a 1,5 hectares.
Roman possui quatro açudes e lâmina de água chega a 1,5 hectares.

Com um relevo bastante acidentado, mas com um potencial de água impressionante, o município de Barra Bonita é o que menos sofre com a falta de água nas grandes estiagens que afetam a região extremo oeste com certa frequência. Duas empresas que industrializam produtos à base de água (sucos, refrigerantes, energéticos e água mineral) seguem as tratativas com o poder público para se instalarem no município e explorarem os mananciais de água com excelente qualidade.

Porém, no meio rural, uma atividade que oferece garantia de renda ao agricultor em razão da água em abundância é a piscicultura. De olho nessa grande virtude, a Secretaria Municipal de Agricultura, com apoio da Epagri, realizou na sexta-feira, dia 27, o Seminário Municipal da Piscicultura. Foram cerca de 100 participantes, em sua grande maioria agricultores interessados em ingressar ou se especializar ainda mais na atividade. Lideranças municipais, regionais, estaduais e até federais participaram das atividades. A palestra técnica foi ministrada pelo veterinário da Epagri e profundo conhecedor do assunto, Benício Herbes, que repassou dicas importantes para o sucesso na atividade, como cenário atual, importância de uma água de qualidade, alimentação e espécies promissoras. O representante do Ministério da Pesca e Aquicultura, Paulo Lauxen, revelou as iniciativas que o órgão tem com os produtores de peixes de água doce e principalmente sobre a profissionalização da atividade.

O secretário municipal de Agricultura, Valmir Marangon, explicou que, hoje, apenas 11 produtores estão explorando com mais força a atividade, mas que um levantamento feito via satélite, e também por pesquisa a campo, mostrou que o município tem 193 produtores com potencial para exploração da pesca. “Encaminhamos um projeto ao Governo Federal e estamos aguardando a vinda de um kit pesca, composto por um trator de esteira, uma escavadeira hidráulica, além de assistência técnica. Queremos, em curto prazo, transformar a piscicultura na segunda maior atividade do município, ficando atrás apenas da produção de leite”, afirmou Marangon.

Um dos produtores que está explorando com mais intensidade a atividade é Valdecir Roman, de linha São Judas. Faz três anos que ele decidiu apostar tudo na atividade, construindo um pesque-pague para atender às pessoas que em finais de tarde ou finais de semana têm o costume de pescar um peixinho e saborear no local ou levar para casa. Ele lembra que antigamente vendia a produção, que era levada de caminhão para outras regiões, mas enfrentava problemas em receber a venda. “Decidi produzir os peixes e vender aqui mesmo e não depender de outros para receber. Assim, o retorno é mais ágil e garantido”, informa.

Na propriedade de Roman são encontradas tilápia, carpa, pacu, traíra, jundiá, bagre e catfish. “A renda é excelente nos meses de verão, mas no inverno o retorno é baixo, porque o movimento é pouco e a gente precisa continuar tratando o peixe”, destaca.

Ele comenta, ainda, que optou em comprar peixes mais criados e não mais povoar seus açudes com alevinos. “Com alevinos o retorno é muito demorado. Eu compro peixes quase prontos. O custo é maior, mas o retorno é bem mais rápido”, finaliza.

Fonte: http://www.adjorisc.com.br/