Com carne saborosa e filés de bom tamanho, o peixe tem sido bem aceito no mercado, o que vem estimulando sua criação em cativeiro.
Pesquisas científicas, conduzidas por órgãos como a Embrapa e Sebrae, têm colaborado para ampliar a produção, principalmente na região Norte do País, e gerar melhores resultados para os produtores. Mas ainda há desafios. O uso do pirarucu na piscicultura ainda é relativamente novo e algumas características importantes da espécie não são suficientemente conhecidas, entre elas a escolha de parceiros. Uma nova tecnologia, capaz de rastrear os peixes e revelar seu comportamento vem sendo usada para mapear o acasalamento do pirarucu e a divisão de tarefas nos cuidados com a prole, entre outros aspectos fundamentais para o direcionamento do manejo da espécie.
A tecnologia empregada para esses estudos é composta por um kit de sensores e chips eletrônicos subaquáticos de precisão, o Sistema de Posicionamento Vemco, desenvolvido pela empresa Vemco, com sede no Canadá. O equipamento funciona por telemetria acústica, baseada em transmissores, que são inseridos na cavidade abdominal dos peixes. Os dispositivos eletrônicos, que contém dados do ambiente físico como temperatura e profundidade, emitem sinais de ultrassom que são captados por um conjunto de receptores, que parecem pequenas antenas. O aparelho pode ser colocado em embarcações ou fixado no fundo do rio ou do mar.“O sistema vem sendo utilizado mundialmente para aprimorar o manejo de peixes e também para finalidades científicas, para descobrir detalhes do comportamento de espécies como golfinhos e tubarões”, diz a engenheira ambiental Taís Dantas, representante da Vemco no Brasil.
Experimentos com o pirarucu ou outras espécies de peixes são recentes no Brasil. Na Fazenda Acácia, em Porto Nacional (TO), o Sistema de Posicionamento Vemco começou a ser utilizado este ano, sob a supervisão de pesquisadores da Embrapa. Foram instalados 11 receptores em um tanque de cerca de 1 440 m² de lâmina d´água. “O uso do sistema no país em tanques para estudar o comportamento de peixes, voltado ao agronegócio, é inédito”, diz Taís.
Na próxima etapa da utilização da tecnologia na criação do pirarucu, deverá ser monitorado um número maior de peixes em condições próximas àquelas do cativeiro. A expectativa é que seja gerado um conhecimento mais amplo sobre o comportamento do pirarucu para facilitar o manejo da espécie e aumentar a produtividade dos tanques.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br