A criação de peixes em tanques escavados oferece uma nova alternativa de renda para as famílias de Gurupá, que vivem basicamente da extração do açaí.
Comunidades extrativistas de Gurupá, no arquipélago do Marajó, estão começando a diversificar suas produções. Projetos desenvolvidos no município pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), para a criação de peixes em tanques escavados, são a alternativa encontrada para oferecer uma nova alternativa de renda para as famílias, que vivem quase que exclusivamente da extração do açaí. Todas as pessoas que recebem o financiamento são formandos da Casa Familiar (CFR), de Gurupá, e com aptidão para a piscicultura.
Dez famílias divididas em cinco comunidades rurais de Gurupá participam do processo, que financia, por meio do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), até R$ 45 mil para a aquisição de toda a infraestrutura dos tanques e também para a compra dos filhotes de peixes (alevinos). Cada piscicultor deve adquirir seis mil alevinos, de espécies como o tambaqui, de fácil adaptação para a engorda em tanques, adaptados ao clima regional e com comercialização garantida, segundo a Emater.
Esta é a segunda etapa do processo que vai beneficiar os últimos cinco piscicultores do projeto inicial, que começou a ser trabalhado em fevereiro deste ano. Após oito meses, os primeiros resultados já estão sendo contabilizados. Cinco famílias, as primeiras a serem financiadas, já começaram a comercializar o pescado, com o quilo atingindo o preço de R$ 8,00. “Nesse primeiro momento, o pescado oferece retorno de pelo menos 50% de lucro, mas os lucros devem ser ainda maiores posteriormente, quando o financiamento já deve estar pago em sua totalidade”, explica Ted Quemel, engenheiro agrônomo da Emater.
A ideia da Emater é fazer com que os piscicultores produzam durante todo o ano com uma produção estimada anualmente em 12 toneladas de pescado por piscicultor. A atividade vai garantir a melhoria da qualidade de vida das famílias, além de diminuir a pressão pesqueira sobre os rios, principalmente por conta da pesca predatória.
Fonte: http://www.agenciapara.com.br