Criadores de peixes de Caxias do Sul já projetam próxima Páscoa

Criadores de peixes de Caxias do Sul já projetam próxima Páscoa
Rodrigo Zangalli, 32 anos, é um dos produtores
Foto: Roni Rigon / Agencia RBS

Nesta Sexta-feira Santa, criadores de peixe já projetam a produção que estará à venda na Praça Dante Alighieri daqui a um ano. É que o animal requer longo tempo para atingir o peso ideal e agradar aos consumidores. A Feira do Peixe Vivo se encerrou quinta-feira e vendeu pelo menos 38 toneladas.

A cada ano, entre 150 e 300 produtores procuram a prefeitura para comprar alevinos (peixes recém saídos do ovo). A Secretaria da Agricultura de Caxias intermedeia o contato de criadores de Caxias do Sul e região com fornecedores. Em geral, os alevinos são de Montenegro, Estrela e Teutônia.

Desses lugares provêm grande parte dos filhotes adquiridos todo ano pela família de Rodrigo Zangalli, 32 anos. Ele, os pais, a esposa, o irmão e a cunhada cuidam de três açudes em Loreto, interior de Caxias. Mas assim, como os demais criadores, a piscicultura não é a principal fonte de renda. No caso dos Zangalli, a maior parte vem dos parreirais de uva.

— Na nossa região não daria para viver só de peixe, porque é muito frio, o que limita a produção. E os peixes com maior valor comercial, que são os de águas quentes como o pintado e o dourado, não se adaptam ao nosso clima — ensina Rodrigo.

Por aqui, o mais popular é a carpa-capim. Como o nome diz, ele se alimenta de capim, o que diminui o gasto com ração. Tanto essa como outras espécies requerem árduo trabalho antes de chegarem à mesa. Cerca de 24 horas antes de recolhê-los com rede, os produtores baixam o nível do açude a no máximo 1,5 metro de altura, ao abrir canos instalados para este fim. Até a hora da coleta dos animais, geralmente de madrugada, o ideal é não remexer na água, ensina Rodrigo. Nos tanques dispostos à beira da Sinimbu, os cuidados persistem.

— A água não pode estar nem tão quente, nem tão fria — explica outro produtor, Josué Perini, 19.

Enquanto cristãos degustam o peixe nesta Sexta-Feira Santa, os que estarão à venda no ano que vem já estão nos açudes.

— Precisa de dois anos para chegar a três ou quatro quilos, que é o tamanho que todo mundo quer comprar — destaca Rodrigo.

Fonte: http://pioneiro.clicrbs.com.br