Criador de alevinos parte para a industrialização

alevinosO aumento da produção de tilápias, associado à industrialização do setor, tem mudado o perfil do piscicultor. Os criadores de alevinos, que por muito tempo foram dependentes dos pesque-pagues, têm tido, cada vez mais, a opção de entregar a produção para os frigoríficos que começam a surgir em vários pontos do País.

No Estado de São Paulo, alguns produtores bem estruturados vão além: conseguiram eliminar o atravessador e construir seus próprios frigoríficos, chegando ao consumidor final com um produto já limpo e embalado.

É o caso do piscicultor Martinho Colpani, que dirige, junto com dois irmãos, Thiago e Giovana, a Águas Claras, empresa de  piscicultura que produz mais de 10 milhões de alevinos por ano, entre eles, tilápias, pintado, pintado da amazôniapiracanjubamatrinxã, dourado,  jundiá, patinga, pirarucu.

Vendas de Alevinos

O criador de tilápias Marcelo Cardoso compra os alevinos da Piscicultura Águas Claras, recria o peixe em tanques de terra e engorda em tanques-rede. Sua produção é de 5 toneladas por dia, a maioria vendida para o frigorífico de Mococa. “Para nós, produtores menores, é uma vantagem revender o peixe para abate, pois temos regularidade maior de vendas. E o volume comprado é bem maior.”

Segundo o especialista em aqüicultura Fábio Sussel, vender peixes para os pesque-pagues ainda é um negócio rentável, recomendado, porém, para quem está começando a produzir. Há a desvantagem de ser um mercado irregular, pois depende da temporada de movimento dos pesqueiros, que tem o ápice no verão.

Mesmo no auge da temporada, os pesqueiros compram volumes bem menores do que os frigoríficos. Sussel acredita que a industrialização seja o caminho para produtores maiores de alevinos, que têm um mercado maior, e que podem também incentivar outros produtores, que investem na engorda da tilápia.

Fonte: Valor Econômico