Conheça as principais ameaças à sanidade dos peixes nativos

Imagem meramente ilustrativa

O ditado é conhecido e dispensa explicações: prevenir é sempre melhor do que remediar! Quando o assunto é piscicultura, então, este conceito tem um peso ainda maior. Afinal, diferente de outras atividades que envolvem a engorda de animais – como a bovinocultura, a avicultura e a suinocultura, por exemplo – na piscicultura o “produto” não fica exposto como nos campos ou granjas. Logo, se não houver prevenção e, claro, um monitoramento constante, pode ser grande o risco de perceber tarde demais (leia-se: na hora da despesca) algum problema que eventualmente tenha acometido o cardume. E isso significa prejuízo.

Piscicultor e agrônomo, Eduardo Miranda reforça a importância da prevenção na atividade. Aliás, ele lembra que é preciso minimizar toda e qualquer ameaça que coloque em risco a sanidade dos peixes. E isso começa já na aquisição dos alevinos. Além de buscar informações precisas sobre o fornecedor (“alevineiro”), também é preciso adotar alguns procedimentos básicos que podem evitar problemas futuros. Um deles é verificar o tamanho dos alevinos. O ideal é que eles estejam padronizados, indicando que o manejo e os cuidados com o futuro cardume foram satisfatórios. Também é fundamental observar se não há – dentro do lote – algum alevino de espécie diferente da que foi adquirida.

Na hora de introduzir estes alevinos no tanque é importante “temperar” a água do recipiente que abriga os alevinos (sacos plásticos ou caixas de transporte), equilibrando temperatura e o pH da água desse recipiente com a que está no tanque. Também é recomendado utilizar uma rede (ou algo semelhante) .

Outra recomendação importante, segundo Miranda, é manter uma rotina de observação diária dos peixes. Se algum comportamento anormal for notado pode ser um indicativo de que algo está errado. Observe bem e fique preparado para ter que interceder caso veja peixes saltando, batendo a boca na superfície, nadando “sem equilíbrio” ou mesmo se houver cardumes inteiros nadando perto demais da superfície.

Conhecer bem os peixes “por fora” e “por dentro” também é fundamental. Para isso, Miranda recomenda a realização periódica de exames biométricos em amostras do cardume, com monitoramento do crescimento, ganho de peso e das características visuais do peixe. Também é interessante “sacrificar” um dos exemplares, para conferir a aparência os aspectos gerais dos órgãos internos de um peixe saudável. Esse conhecimento é importante para agilizar a confirmação de que há ou não algum problema sanitário no viveiro em caso de aparecimento de peixes mortos, por exemplo.

Estas e outras orientações foram tema da participação do piscicultor (que também é diretor da Aquamat) no Bom Dia Senar-MT desta quarta-feira, dia 20. Além das dicas, Eduardo Miranda também apresentou os problemas mais comuns que acometem os peixes nativos cultivados em Mato Grosso. Entre eles a Piscinoodinium pillulare (também conhecida como “doença do veludo”), a Perulerneae gamitanea (que consiste basicamente na instalação e proliferação de uma um “tipo” de verme na boca do peixe), além do ataque de fungos e de predadores.

Fonte: https://blogs.canalrural.uol.com.br