Os peixes já deviam ter deixado uma reserva na Amazônia, mas ficaram sem saída com a terra seca, sem chuva e cercada pelo fogo, que ajudou abaixar ainda mais rapidamente o nível da água.
Uma operação de salvamento está mobilizando agentes do Ibama e do Instituto Chico Mendes na Reserva Biológica do Lago Piratuba, no leste do Amapá.
O incêndio que atingiu 25 mil hectares está sob controle, mas a área ainda está sendo monitorada. Nos intervalos do combate ao fogo, os brigadistas resgataram peixes que ficaram represados em pequenas valas. Em um sobrevoo, a constatação: um local usado como berçário de pirarucus virou cemitério.
A área só pode ser acessada a cavalo ou de helicóptero. Toda a extensão de terra, local de desova, fica inundada no primeiro semestre do ano, na época da reprodução. Os peixes já deviam ter deixado a área, mas ficaram sem saída com a terra seca, sem chuva e cercada pelo fogo, que ajudou abaixar ainda mais rapidamente o nível da água.
“No primeiro dia que fomos tinha uma quantidade de água que ainda daria para eles se manterem lá por cinco, seis dias. No dia seguinte o nível da água estava baixíssimo, já tinha peixe morrendo e a gente decidiu ir lá fazer o resgate”, contou o fiscal do Ibama, Gilson Homobono.
Em alguns locais, os peixes estão na lama, com o mínimo de água.
A rede de pesca vai agora libertar os pirarucus da agonia. Os brigadistas usam um minitanque para transportar os peixes.
Depois de fechado, o tanque é içado por uma aeronave, que segue em direção a um local com água em abundância. Os peixes são levados para lá, a uma distância de quatro quilômetros de onde estão, um canal aonde vão poder nadar seguros em direção ao rio.
Na chegada, o momento mais recompensador. O objetivo é resgatar pelo menos 800 peixes das lagoas secas nos próximos dias.
“Uma rede que a gente usa para pesca, para o alimento e a gente vai usar para salvar agora, muito gratificante, sensacional”, vibra o brigadista Ederson Magave.
Fonte: http://g1.globo.com