Brasil terá circuito nacional de pesca esportiva

Kelven Lopes, coordenador do NUPA
Kelven Lopes, coordenador do NUPA

O Núcleo de Planejamento e Ordenamento da Pesca Amadora (NUPA), do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), e a Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (ANEPE), de São Paulo, anunciaram na manhã desta terça-feira (21), durante a abertura da reunião ordinária do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (CONAPE), em Brasília, uma parceria para promover o Iº Torneio Nacional de Pesca Esportiva, entre os dias 11 e 15 de setembro, em Goiás. O torneio, na modalidade “pesque e solte”, será o primeiro de uma série de cinco a serem implantados no País nos próximos anos, de forma a criar as bases para um circuito nacional de pesca esportiva.

O objetivo final será a realização de um campeonato nacional, nos moldes do que ocorre hoje com esportes de outras áreas, adianta Kelven Lopes, coordenador do NUPA.

O torneio em Goiás, voltado apenas para  peixes tucunaré das espécies azul  (Cichla piquiti)  e amarelo (Cichla kelberi), terá como cenário Serra da Mesa, na bacia do Alto Tocantins, cujas águas formam o maior reservatório de hidrelétrica em volume d’água do Brasil, com 54,4 bilhões de m3.

A previsão é de que o evento, com inscrições a partir de julho no site MPA e da ANEPE, reunirá 250 embarcações de todo o País e irá atrair um público de aproximadamente 50 mil pessoas, tendo como apoio a cidade de Niquelândia, a 229 km de Brasília e 304 km de Goiânia.

Programação

O Iº Torneio Nacional de Pesca Esportiva envolverá o trabalho de duplas de pescadores, que deverão apresentar nos “pontos de checagem” os cinco peixes capturados de maior comprimento, mantidos vivos nas embarcações. Apenas eles serão pontuados. Caso algum peixe morra acidentalmente, na pescaria, ocorrerá a sua doação a entidades beneficentes. As dez duplas com maior pontuação receberão troféus.  Todos os participantes poderão receber prêmios em sorteio.

O evento terá outros atrativos, além da competição. Serão promovidas oficinas técnicas de pesca esportiva e um festival gastronômico com pratos à base de tilápias e tambaquis cultivados no lago de Serra da Mesa. Haverá oficinas de aquicultura, ministrados pelo SEBRAE, e de segurança da navegação, pela Marinha do Brasil. Também a programação inclui oficinas de pesca infantil, para crianças entre sete e 11 anos, das escolas públicas de Niquelândia e de Uruaçu.

Potencial

“O MPA entende que os torneios podem fomentar toda a cadeia produtiva da pesca esportiva”, avalia Kelven Lopes. Para ele,  o Brasil tem o maior potencial do mundo no setor.  Ele lembra, por exemplo,  que o País dispõe  de ecossistemas exuberantes como a Amazônia e o Pantanal; e reservatórios imensos como o de Castanhão (CE) e o de Serra da Mesa. No continente, os atrativos são espécies como o tucunaré e o dourado. No litoral há espécies de interesse, como os peixes de bico.

Ao seu lado, Marco Militelli, da ANEPE, entidade que representa o setor no CONAPE, recorda que a pesca esportiva já representa 7% do PIB da Costa Rica e 1,5% do PIB dos Estados Unidos. No Brasil, a atividade movimenta aproximadamente R$ 1,2 bilhão, mas este montante tem tudo para crescer muito mais nos próximos anos.

No momento, o MPA contabiliza 320 mil pescadores amadores inscritos no RGP. De acordo com Kelven, porém, este número ainda não reflete a grande popularidade da pesca esportiva no País, que envolve milhões de brasileiros. Entretanto, apenas pescadores licenciados poderão participar dos torneios oficiais.

Fonte: http://www.mpa.gov.br/