Bolso do consumidor não está para peixe

Todo mundo está comentando a campanha para o aumento do consumo do peixe, realizada esta semana pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Para os pescadores, a procura ainda está fraca, embora apostem que a campanha comece a dar resultados a partir desta quarta (5). Já os consumidores reclamam do preço.

Segundo o aposentado Francisco Oliveira, o peixe não é barato. “Se eu for comer mais de uma vez por semana, vou ficar de bolso vazio”, comentou enquanto comprava dois quilos de vermelho, no Mercado do Peixe, na Cidade Baixa. Pelos dois quilos, desembolsou R$34.

A 9ª Semana do Peixe, que tem como slogan “Pescado dá água na boca e faz bem pra saúde”, termina no dia 17 de setembro. A iniciativa surgiu através de uma parceria entre o Governo Federal e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para uma ação conjunta de promoção do consumo de pescado.

pescados

Os pescadores artesanais ligados às colônias de pesca não se sentem incluídos na campanha. Segundo o pescador Marcos Ferreira, da Colônia de Pesca do Rio Vermelho, eles não podem vender peixe barato, pois têm muitos gastos com os barcos, com combustível e material para a pesca.

“Hoje mesmo pescamos 200 quilos de agulhinha. O quilo está sendo vendido, já tratado, por R$10. Este é o menor preço que podemos fazer”, afirma.

Na Colônia do Rio Vermelho, os preços do pescado variam entre 10 e R$24.

“É louvável o incentivo ao consumo de pescados”, afirma o vendedor do Mercado do Peixe Nivaldo Santos, o popular “careca”. No entanto, ele mesmo não acredita que, só por meio da propaganda, este dê grandes resultados.

Segundo Nivaldo, os peixes considerados de primeira têm preços altos e proibitivos para a grande maioria da população.

“Até a sardinha, que é um peixe popular, está cara: o quilo, que antes era comercializado por R$4, subiu para R$8. O quilo do atum custa R$12, o do vermelho, um dos mais procurados no mercado, é vendido por R$17, e o do o salmão sai por R$30”, disse ele.

O vendedor fala que sua freguesia é sempre a mesma. Por esta razão, ele costuma dizer que come peixe quem já tem o hábito de consumi-lo.

Em Salvador, os supermercados Bompreço participam da campanha do Ministério da Pesca e Aquicultura. Nas lojas da rede, está sendo distribuído material educativo, como cartilhas e folhetos, sobre os benefícios de se consumir pescados.

“Na campanha passada, a venda de pescados nas lojas da rede cresceu 20%, e a expectativa é de que esta edição atinja este mesmo percentual de crescimento”, explicou Adriano Viana, diretor comercial do Bompreço.

O mix de pescados do Bompreço envolve mais de 30 itens, entre peixes inteiros, em postas e filés, crustáceos e moluscos. Os campeões em venda são os peixes pargo, tilápia, cioba, dourado e pescada amarela.

Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br