Barriga de aluguel é usada para reproduzir peixes em laboratório

Barriga de aluguel é usada para reproduzir peixes em laboratórioPesquisadores do interior de São Paulo estão testando a técnica de reprodução humana conhecida como barriga de aluguel em peixes. O estudo é inédito no Brasil e é uma grande aposta para salvar as espécies ameaçadas.

Sabe aquela expressão barriga de aluguel? Não é mais exclusividade dos humanos, não. Filhotes de lambari são os primeiros peixes nascidos no Brasil com a mesma técnica de reprodução. Foram cinco anos de estudo.

Em Pirassununga, os pesquisadores do Instituto Chico Mendes, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, misturaram óvulos e espermatozoides de peixes adultos, que formaram ovinhos. Depois, injetaram células embrionárias de uma espécie diferente nos mesmos ovos. Os novos peixes passaram a produzir espermatozoides e óvulos com as características da espécie introduzida.

“Nós conseguimos fazer um lambari de rabo amarelo produzir espermatozoides e óvulos de um lambari do rabo vermelho. Então, o próximo passo é a gente aperfeiçoar essa técnica para espécies ameaçadas de extinção”, diz o pesquisador George Yasui.

É a grande aposta dos pesquisadores. Mais de 400 espécies de peixes estão ameaçadas em todo país, nove só na bacia do Rio Doce, atingida pela lama em Minas Gerais. Uma dessas espécies foi levada para o laboratório. É o curimbatá. Em breve, ele também vai ser reproduzido na barriga de outra espécie.

A ideia é introduzir as células embrionárias do peixe ameaçado num embrião de lambari, que se reproduz mais vezes que o curimbatá. “Enquanto a gente demora de três a quatro anos para uma espécie entrar na primeira maturação e produzir seus primeiros peixinhos, o lambari com quatro meses já está produzindo os peixinhos de outra espécie. É uma esperança não só de cunho ambiental, recuperar espécie, como também do cunho de vista social: o peixe é o recurso pesqueiro”, explica o pesquisador José Senhorini.

Fonte: http://g1.globo.com