Avanço no consumo de peixes favorece cultivo em água doce

20158445

O relatório bienal sobre pesca da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), denominado Estado Mundial da Pesca e Aquicultura 2016, divulgado este mês, chama a atenção para o Brasil e sinaliza com mais oportunidades para a agricultura familiar catarinense. Informa que pela primeira vez o consumo mundial de pescados por ano chegou a quase 20 quilos per capita (ficou em 19,7 quilos); que a metade dessa produção vem da piscicultura de água doce e que no Brasil deve ocorrer um dos maiores crescimentos de consumo per capita até 2025.

Atualmente, o consumo no país está em 9,6 quilos por pessoa, há 10 anos estava em 6 quilos e para 2025 poderá chegar a 12,7 quilos segundo a FAO, 32% a mais. Segundo o gerente do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Cedap), Fabiano Müller, hoje cerca de 23 mil agricultores catarinenses atuam com piscicultura, a grande maioria desenvolve a atividade paralelamente a outras. Desse grupo, cerca de 3,5 mil têm uma produção mais tecnificada, com produtividade mais elevada. O último levantamento, de 2014, apontou que a produção de peixes de água doce em SC chegou a 41 mil toneladas, com crescimento médio de 4% a 6% ao ano.

Do total produzido, cerca de 70% é de tilápia, peixe que tem um apelo mercadológico maior. Em média, a produção estadual chega a 7 mil quilos por hectare, mas algumas propriedades conseguem 20 mil quilos.

–Santa Catarina sempre foi destaque em piscicultura. Mas temos um limitante porque a tilápia não suporta temperaturas muito baixas. Por isso, precisamos de viveiros mais profundos. Já a truta e a carpa suportam o frio – explica Müller.

Em águas salgadas

Com o propósito de ampliar a oferta de peixes em cativeiro, o Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Cedap) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina pesquisa a produção de tainha, robalo, garoupa e carapeba. Segundo o gerente do centro, Fabiano Müller, um dos objetivos da pesquisa com a tainha é substituir a produção de camarão, que foi interrompida em diversas regiões do Estado em função da doença chamada mancha branca.

Maricultura

Santa Catarina se destaca na maricultura, com a produção de ostras, mexilhões e vieiras. Nos últimos anos, tem atingido média de produção de 3 mil toneladas anuais. Na opinião de Fabiano Müller, seria necessário adotar novas formas de conservação, como congelamento ou industrialização em conservas para aumentar as vendas e, assim, poder ampliar a produção.

Fonte: http://dc.clicrbs.com.br