Aumento de gastos para criação faz preço do peixe subir no Sul de MG

Impactado pelo dólar, valor da ração, por exemplo, aumentou e fez com que o preço do peixe chegasse mais alto para o consumidor final.

Com o aumento no nível do Lago de Furnas, a criação de peixe também cresceu no Sul de Minas. O valor final do produto, no entanto, se elevou e tem chegado mais caro para o produtor final. Um dos motivos para esta situação é o impacto do dólar no valor da ração.

Em Alfenas, são pelo menos 450 famílias que dependem do Lago de Furnas para irrigação e criação de peixes. O presidente da Associação dos Feirantes da Feira Livre de Alfenas, Guilherme Fernandes Gomes, destaca que soluções estão sendo buscadas para diminuir os custos.

“Vivemos um momento muito difícil por conta da baixa do Lago de Furnas e poucos tiveram coragem de investir e colocar os peixes na água, pelo fato de estar no volume morto. Hoje, com a alta da água, há o estudo de falta de peixe. Com isso, a ração está muito cara devido ao preço do combustível e outros fatores. Então, fixar o produtor de peixe no entorno do nosso lago cada vez mais vez fica difícil. É preciso medidas públicas para essa classe tão desassistida”, disse.

“A gente vem buscando junto à Associação Comercial de Alfenas e com o Poder Público também parcerias de tentar fazer compras coletivas, buscar outra forma de isso não impactar no consumidor final. Uma vez que se a produção fica com alta [de custos], o consumidor vai pagar um preço alto também’, completou.

No ano passado, produtores tiveram dificuldades para criar peixes por conta do baixa do nível de Furnas. Hoje, o nível do reservatório está à apenas três metros do limite de 768. A última vez que o reservatório atingiu quantidade semelhante foi em 2012.

“No momento de pandemia, muitos produtores debandaram da nossa feira e, com os poucos que ficaram, o preço está muito alto. Os consumidores estão reclamando porque o peixe era uma alternativa pelo valor alto da carne e agora está quase que equilibrado esse preço. Estou desde o começo nessa caminhada e vejo que nós da agricultura familiar e os pescadores da região precisam urgentemente de apoio público e privado”, falou.

Fonte: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas