Aos 44 anos, o autônomo Antônio Eurico Lima Silva iniciou um curso de operador de beneficiamento de pescado e aprendeu a fazer quibe de peixe. Ele, que já trabalhava com a venda de salgados, pensa em expandir o negócio e levar a novidade para o município de Mâncio Lima (AC), onde reside.
Na região, são comercializados apenas quibe de arroz, mandioca e o árabe. Eurico diz que o quibe de peixe é uma novidade e que ainda não conhecia o produto. Ele contou ainda que não existe segredo nem dificuldade na fabricação do alimento.
“Já trabalho há cinco anos com a fabricação de salgados e não vejo dificuldades em fazer esse novo sabor. É muito fácil, são praticamente as mesmas técnicas dos outros. Pretendo fazer e vender esses quibes em Mâncio Lima, pois é algo diferente, que as pessoas não tem costume de comer, então é o diferencial. A maioria das pessoas vai gosta do sabor desse salgado, além da qualidade na saúde”, falou.
Para fazer o quibe é necessário apenas a pasta de filé moído de peixe, trigo para quibe árabe, e os temperos adicionais como sal, hortelã, pimenta do reino e cebola. Além do quibe, o autônomo, junto com outros 20 alunos de Mâncio Lima, também aprenderam a produzir almôndegas, linguiça, fishburguer e nuggets de peixe, além de defumar, filetar e salgar de três formas diferentes o pescado.
O peixe usado na fabricação do quibe é o jundiá, peixe de couro facilmente encontrado na região. O município de Mâncio Lima é conhecido em especial pelo desenvolvimento na área da piscicultura, sendo essa uma forma de agregar valor ao produto da localidade. O curso de operador de beneficiamento de pescado é oferecido pelo Instituto Federal do Acre (Ifac), através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
A professora Nardele Campos ministrou o curso durante a parte teórica em Mâncio Lima e a parte prática foi repassada em um trailer montado no Ifac, em Cruzeiro do Sul (AC), onde os estudantes eram trazidos de ônibus. Para ela, os derivados do peixe são uma nova forma de fazer pessoas consumirem o pescado de maneira diferente da tradicional.
“Esse produto é de grande aceitação no mercado. Atrai um público que não comeria peixe, como as crianças, por exemplo, devido as espinhas, e os que não gostam de peixe, e ainda tem as que não comem carne vermelha. A ideia é que beneficiem o produto para ter um consumo rápido para atrair o consumidor.
Os derivados são feitos através do filé do pescado, com carne pasta ou com a carne moída, uma feita no liquidificador e a outra no moedor. Além do jundiá, pode ser usado qualquer outro tipo de pescado, dando preferência aos peixes de couro, devido a facilidade para retirada do filé.
Fonte: http://g1.globo.com