A criação de peixes em tanques-rede é um método que traz inúmeros benefícios e maior controle sobre os animais. Além de obter uma produção maior em menos espaço, também requer menos mão de obra e oferece maior proteção contra predadores.
Dependendo da fase do ciclo produtivo, os peixes podem ter um grande ganho de peso diário e gerar lotes sem uniformidade. Mas, em uma produção que adota o manejo do tanque-rede, é possível controlar a pesagem e a qualidade dos animais em cada lote a partir da biometria. Para colaborar com o manejo da piscicultura, o Senar separou algumas dicas sobre como realizar a biometria e a classificação de peixes corretamente.
1- Biometria e conhecimento do lote
“A biometria consiste na captura e pesagem de uma porcentagem de animais do lote”, explica a pesquisadora do Senar, Fernanda Távora. Essa técnica permite cuidados específicos como o ajuste de ração e classificação. Por exemplo, com o recebimento de determinado lote, o produtor pode se deparar com peixes de 600 a 900 gramas. Sabendo disto, para tornar mais fácil a manutenção e a criação dos animais, é recomendável dividir o lote em dois, um com animais de 600 a 700 gramas e o outro com animais acima de 700 gramas.
2- Como determinar os valores da amostra
A pesquisadora explica que a determinação do valor da porcentagem da amostra pode variar de acordo com a fase do animal, volume e a quantidade de peixes por reservatório, portanto, não há regras específicas. “Quanto maior o numero de peixes amostrados, maior o conhecimento sobre o lote”, afirma a especialista.
3- Obtenção do peso médio
Após a biometria, Fernanda chama atenção para a classificação dos peixes conforme a pesagem. Segundo ela, o agrupamento deve ser feito com peixes de pesos semelhantes, facilitando os valores de comercialização. Para tal resultado, é necessário achar o valor médio. “Divide-se o peso total obtido pelo numero de animais amostrados, assim, obtém o peso médio dos animais do lote”, conta Fernanda.
Para ilustrar o processo, a pesquisadora compara dois meios de produção, o primeiro é através de tanques-rede, que após o recebimento de um lote de mil pescados, determinou por meio da biometria, que todos tinham realmente a mesma pesagem (900 gramas), portanto, formavam um lote de 900 quilos. O segundo meio de produção é através de um tanque convencional e após o recebimento de um lote mil pescados, agrupou todos no mesmo recipiente, sem classifica-los conforme o peso.
O problema é que dos mil peixes recebidos, 20% tinham 200 gramas, 40% tinham 500 gramas e os outros 40% tinham 700 gramas, totalizando 520 quilos. Essa diferença entre os dois casos de aproximadamente 40% na produção afeta diretamente o custo e a produtividade no viveiro.
4- Gestão dos insumos
A eficiência no sistema de tanques-rede leva, na maioria das vezes, ao aumento da produção e consequentemente eleve o volume de ração disponibilizado aos animais. Porém, é importante manter o cuidado com o manejo e na gestão de insumos no viveiro. Mesmo que a biometria facilite o processo de alimentação, o descuido e o excesso de nutrientes na água pode causar a eutrofização, um aumento na densidade de microalgas, diminuindo a quantidade de oxigênio, diz Fernanda. Confira o material completo aqui.
Fonte: http://sfagro.uol.com.br