Pescadores temem falta de peixe no Juruá devido à falta de grande cheia

Pescadores temem falta de peixe no Juruá devido à falta de grande cheia
Grande parte do pescado em Cruzeiro do Sul é mantido por peixes de cativeiro (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)

A Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul, a 648 km de Rio Branco, tem se mostrado preocupada com o abastecimento de pescado nos mercados do Vale do Juruá. De acordo com o grupo, a falta de uma enchente significativa pode acarretar na falta de pescado na região.

A colônia alega que, atualmente, 70% do peixe comercializado na cidade atualmente vem da criação de cativeiro e não dos rios e lagos, o que também deve prejudicar o abastecimento. O presidente da colônia, Elenildo Nascimento, diz que os peixes de lagos e rios têm se apresentado em pequena quantidade e baixa qualidade.

“Estamos vivendo um ano atípico. O rio não alagou e os peixes não saíram dos lagos e deveremos não ter a tradicional piracema período de desova dos peixes na região. Hoje de cada mil quilos de peixe que entra no mercado, 700 são oriundos dos criadouros em cativeiro. Os peixes de rios são pequenos e não atraem o consumidor”, explica.

Quando o Juruá alaga temos fartura
Experiente pescador que é, João Correia, de 76 anos, acredita que a cheia, apesar de trazer alguns prejuízos à sociedade, é necessária para garantir o peixe em abundância.

“Quando o Juruá alaga temos fartura de peixe. Este ano a enchente foi pequena. O peixe só sobe pela água, não anda por terra. Se tem pouca água, tem pouco peixe. Ainda bem que o pessoal está produzindo muito peixe em tanques e açudes. Fazia muito tempo que não via essa situação que estamos vivenciando atualmente”, conta.

Apesar do problema, o secretário de Agricultura do município, Manoel Vitalino Neto, diz esperar que a produção de pescado em cativeiro possa suprir a demanda do município.

“Em 2012, a prefeitura passou a adquirir retroescavadeiras hidráulicas para apoiar o produtor rural na construção de tanques. Hoje estamos com quatro máquinas e já construímos mais de mil tanques. Muitos desses tanques já estão produzindo e os produtores comercializando peixe. Acho que em pouco tempo seremos autossustentáveis na produção de peixe em cativeiro”, enfatiza.

Fonte – http://g1.globo.com/