Peixes criados em cativeiro despoluem igarapés amazônico

Técnica permite engorda confinada de peixes típicos da bacia do Amazonas

Peixes criados em cativeiro despoluem igarapés amazônicoOs igarapés de Manaus estão se tornando uma espécie de pesque-pague. Uma técnica de produção de cativeiro de peixes como o matrinxã ( Brycon amazonicus ) tem se mostrado muito eficientes. É possível criar de 10 a 20 de matrinxã por metro cúbico de água, diferente dos números de criação de peixes em cativeiro pela técnica de tanque escavado, onde se cria de uma a três peixes no mesmo volume de água. Os peixes criados no igarapé atingem até 1,2 quilos.

Redes são colocadas nos canais de igarapés para que a água continue a correr, mas os peixes permaneçam no local. Naturalmente, o matrinxã se alimenta de frutas que caem na água e chega a migrar de 200 a 500 quilômetros rio adentro. Mas em cativeiro, eles permanecem nos igarapés e se alimentam de ração.

Os números da pesca em cativeiro ainda são pequenos no Amazonas. Estima-se que sejam consumidas 180 mil toneladas, sendo que 160 mil toneladas são de pesca extrativa.

Mas o cultivo de peixes nos igarapés tem uma grande importância ao despoluir as águas. “Quase todos os igarapés de Manaus estão eutrofizados. A melhor maneira de preservar a qualidade de água é criar peixes” , disse Geraldo Bernardino, secretário de pesca do Estado do Amazonas, se referindo ao fenômeno no qual o excesso de compostos químicos nas águas fluviais aumenta a quantidade de algas, prejudicando a qualidade de água.

O secretário afirma que os já existem 200 produtores cadastrados no Estados e que é possível tirar de 4 mil a 5 mil reais por cada 100 m3 de água.

Mas o peixe de cativeiro perde no sabor, portanto, a recomendação é que dez dias antes de ser pescado, a ração seja suspensa, fazendo com que o peixe se alimente apenas de frutas que caem ocasionalmente e também do limo.

Tradicionalmente, os igarapés com suas águas geladas e correntes são vistos como balneários. “A ideia de criar peixe já é política pública e já foram criados centenas de projetos como os de Manaus no interior do estado”, disse Denise Gutierrez, coordenadora de Tecnologia social Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br