A análise de variabilidade genética é a ferramenta chave da produção animal moderna e muito importante para a piscicultura
O manejo genético de reprodutores de peixes é uma das tecnologias apresentadas pela Embrapa na 20ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), que termina amanhã. O manejo genético de reprodutores de peixes é realizado para evitar a consanguinidade nos alevinos produzidos. A tecnologia consiste em fazer a marcação do plantel por meio da inserção de um dispositivo eletrônico sob a pele do peixe. Chamado tag, esse dispositivo contém um número registrado eletronicamente que é lido quando um escâner é passado sobre o animal. Cada peixe recebe um número único de modo a ser identificado no meio do plantel.
Esse é o primeiro passo para o manejo da criação, baseado no perfil genético dos animais. Depois de identificado com o tag, o peixe tem uma amostra de tecido, geralmente a nadadeira da cauda, retirada para análise de DNA. Com essa análise, é possível traçar o grau de parentesco entre os peixes do plantel e assim evitar cruzamentos consanguíneos. Também será possível selecionar os melhores perfis genéticos das matrizes escolhidas para cruzamentos. Os processos de domesticação da maioria dos sistemas de cultivo de animais levam à perda natural de variabilidade genéticas dos estoques. Na piscicultura brasileira, existe a tendência de os plantéis de matrizes serem formados por peixes que possuem alto grau de parentesco.
No acasalamento de animais aparentados há um risco maior de nascerem descendentes com sérios problemas genéticos. Isso ocasiona, principalmente, a perda de qualidade zootécnica, como baixa taxa de sobrevivência, maior susceptibilidade às doenças, deformidades na coluna vertebral, má formação e diminuição da taxa de crescimento. Uma das grandes vantagens dos tags é a certificação de origem do produto, que possibilita um controle do início ao fim da cadeia produtiva. O trabalho agrega valor ao produto e traz benefícios para o consumidor e para o produtor.
De acordo com a supervisora do setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura, Daniele Kloppel Rosa, a apresentação no estande também contará com os procedimentos de sanidade necessários para a inserção do tag e da retirada da cauda. “Como é a primeira vez que a Embrapa apresenta uma tecnologia de aquicultura na Agrishow, o público está muito interessado”, ressaltou. Visitaram o estande os diretores-executivos de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, e o de Transferência de Tecnologia, Waldyr Stumpf Junior.
Uma cartilha explicativa e um folder sobre manejo genético de peixes estão disponíveis na página da internet da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br/