Nova nota técnica recomenda proibir tilápia em tanque-rede para todo o País

Nova nota técnica recomenda proibir tilápia em tanque-rede para todo o País

Um novo documento assinado por membros da Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI) e divulgado por WhatsApp ao longo desta semana recomenda vedar o cultivo de tilápia nilótica em tanques-rede em qualquer Região do Brasil, especialmente nas bacias da Amazônia Legal e pantaneira.

Apoiado em bibliografia que inclui diversas citações aos próprios autores, o texto (acesse aqui) conclui que esta decisão deve ser motivada “não apenas com base no princípio da precaução, mas pela inevitabilidade dos escapes e os riscos reais de instalação da espécie e impactos nos recursos pesqueiros”, como afirmam Angelo Antonio Agostinho, Oscar Barroso Vitorino Júnior e Fernando Pelicice.

Agostinho é professor titular aposentado da Universidade Estadual de Maringá e professor voluntário da pós-graduação da entidade. Já Vitorino é biólogo e analista no Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), enquanto Pelicice leciona na Universidade Federal do Tocantins.

A divulgação ocorre no momento em que Tocantins discute a autorização para o cultivo de tilápias nos reservatórios locais. O aval para a introdução deverá ser dado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema-TO), que anunciou recentemente o adiamento da decisão que apontava para a liberação. O movimento ocorreu em paralelo à divulgação de uma outra nota técnica não conclusiva e crítica ao aval do Coema assinada pelo analista ambiental do Ibama Wallace Rafael Rocha Lopes, como revelou o portal Piscishow.

Consultada, a PeixeBR não acredita que a nova nota técnica possa ameaçar o processo de regularização da introdução da tilápia no Estado ou em qualquer outro local do país. “A Embrapa, que já havia publicado nota técnica favorável ao cultivo de tilápias em tanques-rede no Estado, já prepara uma nova publicação nacional”, indica Francisco Medeiros, diretor-presidente da entidade.

Segundo ele, o pleito também conta com o apoio de outras instituições técnicas, como a Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquabio) e do Instituto de Pesca de São Paulo. “Todas estas entidades vão nos ajudar a esclarecer a questão. Este documento é facilmente desconstruído”, acrescenta Medeiros.

Fonte: http://seafoodbrasil.com.br/